Sandra Maria Costa dos Passos Colling e Thais Gaia Schüler

REFLEXÕES SOBRE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA NO CONTO “MENTIRA DE AMOR”

  

Este artigo tem por objetivo demonstrar a relevância da literatura como possibilidade para a discussão envolvendo gênero, sociedade e violência doméstica nas aulas de história do Ensino Médio. Propõe uma abordagem transversal e interdisciplinar do conto “Mentira de amor”, visando contemplar a Competência 5 prevista para as Ciências Humanas e Sociais Aplicadas na Base Nacional Comum Curricular (BNCC, 2018), no sentido de instrumentalizar o aluno para que este seja capaz de “identificar e combater as diversas formas de injustiça, preconceito e violência, adotando princípios éticos, democráticos, inclusivos e solidários, e respeitando os Direitos Humanos” (BNCC, 2018, p.577). 

 

As aproximações entre literatura e história encontram seu ápice com a teoria meta-histórica de Hayden White (1995) que considera que não existem interpretações do passado livre de pressupostos, sendo toda interpretação do passado construída em determinado presente, impossibilitando o historiador de se isentar do seu próprio tempo cronológico para chegar com imparcialidade ao passado de alguém nos termos desse alguém. O passado não existe somente na forma como ele é escrito pelos historiadores, pois a história é uma criação literária na medida em que é fruto da interpretação de relíquias textualizadas que, por sua vez, só podem ser compreendidas por meio das pistas de interpretações a serem organizadas pelos historiadores. 

 

Considerações semelhantes são feitas por Keith Jenkins (2007) que afirma que a história não tem alcance para apreender plenamente a complexidade do passado, mas de considerar as múltiplas possibilidades não de uma historiografia única, mas variegada no que concerne à sua abordagem, fontes e olhares. Ainda que ficcional, a obra literária mantem sua relação com o real e com o presente histórico por meio de representações simbólicas, fiel à sua natureza mimética (SARAIVA, 2006). Embora a teoria de White (1995) seja muito criticada no meio historiográfico, essa representou um importante momento reflexivo acerca do fazer história e, sem dúvida, influente na historiografia e no ensino contemporâneo.

 

O conto “Mentira de amor”, escrito por Ronaldo Correia de Brito, inicia apresentando a protagonista Delmira afirmando que ela “[...] acostumou-se à prisão domiciliar [...]” (2009, p. 99). Com esta pequena ‘entrada’ justifica-se a ideia de articular, neste artigo, os elementos apresentados na narrativa e discutir sobre interação entre fictício e imaginário, comunicação narrativa, o texto e o contexto social, representação e a importância do leitor, pensando na possibilidade de utilizar o texto literário deste conto para refletir sobre a mulher e os problemas que cercam este universo, mesmo no século XXI.

 

“Mentira de amor” é narrado de forma a retratar o cotidiano de uma mulher presa em seu espaço doméstico e em suas recordações. A narrativa mostra Delmira, suas filhas pequenas, um marido sórdido e a lembrança de uma filha falecida, além das vivências de um passado que volta a ser rememorado por meio dos sons que adentram as paredes da casa e um pequeno quintal. 

 

Essas memórias vão aos poucos sendo recuperadas, organizadas e contadas pelo narrador, encaminhando-nos para o desfecho final que, sem querer, acabamos por desejar, pois parece a única alternativa para a liberdade da protagonista. “Mentira de amor” possibilita inúmeras interpretações e análises. Mesmo sendo um conto e, portanto, ficcional, presenteia seu leitor com registros e detalhes religiosos, econômicos e sociais de um tempo e lugar, além de trazer aspectos comportamentais e culturais. Como leitora do conto faço, também, alguns apontamentos sobre minha relação com o que é apresentado na narrativa. Além disso, algumas questões culturais e sociais deste contexto serão abordadas e relacionadas à realidade de nossa sociedade na contemporaneidade.

 

É possível afirmar que a literatura é uma potência que nos ajuda a pensar e a repensar nosso lugar político, social e cultural no mundo, permitindo outros modos de viver e resistir. “Em Mentira de amor” a personagem não vê outra possibilidade de encontrar novamente a liberdade se não agir também de forma violenta. Na narrativa não se percebe uma perspectiva de busca de solução por meio da justiça, nem apoio por parte da sociedade.

 

Pelas frestas da janela Delmira e as filhas enxergavam coisas que a sociedade não percebia: a aflição pela prisão, o medo do homem da casa, o desejo de conhecer o mundo e as coisas que nele aconteciam, por inteiro. Afinal, o universo delas era o da casa. Ao refletirmos sobre estas questões, é possível lembrar que Reis (2003, p. 40) aponta que “a literatura pode ser entendida como instrumento de intervenção social”. Reis discorre sobre todos os aspectos que isso envolve por meio das teorias de Platão, nos escritos de Sartre e outros autores, pensando sobre a dimensão sociocultural da literatura. Não é a intenção tratar destes aspectos neste texto, mas lembrar destes estudos que, por meio da leitura do conto “Mentira de amor”, trazem à tona discussões realizadas a partir de leituras sobre a institucionalização da literatura e o conhecimento da narrativa.

 

Voltando ao conto, o diálogo entre marido e mulher, presença importante na construção da identidade narrativa e da sociabilidade como um todo, naquela casa, não existia. O que este conto nos apresenta sobre estes aspectos da sociedade? Há muito a ser construído em relação a diálogo.

 

A mimese, para Paul Ricouer (2010), é uma representação da ação humana e no conto “Mentira de amor”, recria o cenário de uma mulher em sofrimento, presa pelo marido em sua casa, mas presa pelo passado por meio da morte da filha e pela falta de coragem em tomar alguma iniciativa diante do que vive. Tudo isso lhe fora roubado. No conto, é possível perceber o dentro e o fora, o passado e o presente, a liberdade e a prisão, as possibilidades e as incapacidades.

 

Stuart Hall (1997) nos permite pensar na representação neste conto, através do sentido, da linguagem e da cultura. A representação mostra a comunicação do significado, a produção de sentido e a linguagem, expressa em signos e/ou imagens, dos significantes. Tudo isso opera quando lemos este conto, além do modo como nos leva a pensar em nosso contexto social.

 

Para Michel Foucault (1986), nada tem sentido fora do discurso. Não é sobre se as coisas existem, mas de onde vem o sentido, que é objeto de conhecimento dentro do discurso. Um corpo que tem saber e poder, sendo o saber ligado ao discurso, constituído por falas e ações. 

 

Este conto tem significado e é impactante pela forma como se vincula ao nosso contexto e à nossa cultura: o contexto de um espaço machista, onde algumas mulheres se encontram literalmente presas em suas casas e outras presas aos seus destinos, obrigações, subserviências.

 

Como muitas mulheres da vida real, Delmira não vê alternativa para dar fim ao seu suplício. Afinal, a vinda do circo havia reverberado em seus pensamentos, e agora era sua a decisão que poderia modificar o futuro dela e de suas filhas.  Quando “Uma valsa de melodia conhecida tornava o querer desatino” (BRITO, 2009, p. 108), pôde-se perceber o dilema final vivido por ela, entre o medo da força de opressão do marido e a angústia pelo desejo de viver os espaços das ruas da cidade, de viver.

 

Este viver que é social, que precisa dos espaços, mas principalmente do contato e das relações entre as pessoas. O narrador nos conduz a estas conclusões. Aqui, a literatura nos mostra o poder do social num pequeno conto carregado de uma poética dramática. Georg Simmel trata da importância do conflito para a construção da sociabilidade. Simmel (1983, p.122) pontua que “[...] se toda interação entre os homens é uma sociação, o conflito – afinal, uma das mais vívidas interações [...]”. O sociólogo afirma que o conflito é como uma mola propulsora para desbloquear situações estáticas e cristalizadas adotadas por uma sociedade.  Esta construção também podemos visualizar em “Mentira de amor” e, a partir do conto, podemos refletir sobre nosso papel na sociedade, sobre o que vemos e vivemos na contemporaneidade. Quantas ‘Delmiras’ existem por aí? O que temos feito para contribuir com estas mulheres? O que há de ‘Delmira’ em nós?

 

A importância deste conto está na forma de experienciar este drama. Para Ricouer (2010, p. 119) “a linguagem é orientada para além de si mesma”. E é isso que Brito nos proporciona neste conto: ele utiliza a linguagem para nos levar a uma experiência. “É essa experiência que, por sua vez, tem o mundo como horizonte” (RICOUER, 2010, p. 119) pois, “o que é comunicado, em última instância, é, para além do sentido de uma obra, o mundo que ela projeta e que constitui seu horizonte” (RICOUER, 2010, p. 119). 

 

É relevante salientar o papel da literatura, de modo que a leitura esteja presente não somente nos meios acadêmicos, mas que possa constituir parte de exercício de prazer e lazer das pessoas. Afinal, “a leitura está relacionada com o sucesso, não apenas acadêmico, mas também social e econômico, pois se lhe atribui a capacidade de promover os indivíduos” (SARAIVA, 2001, p. 24). A literatura, embora não tenha necessidade de ser seu objetivo, pode contribuir para alterar o meio social. E, juntamente com a História oferece possibilidades de perceber o mundo em outras perspectivas.

 

Quanto ao contexto brasileiro, a evolução da condição jurídica da mulher deu-se de maneira bastante lenta e com alguns marcos básicos. Dentre esses, a Lei Maria da Penha foi sancionada em 7 de agosto de 2006. Com 46 artigos, distribuídos em sete títulos, ela cria mecanismos para prevenir e coibir a violência doméstica e familiar contra as mulheres, em conformidade com a Constituição Federal (art. 226, § 8°) e com os tratados internacionais ratificados pelo Estado brasileiro (Convenção de Belém do Pará, Pacto de San José da Costa Rica, Declaração Americana dos Direitos e Deveres do Homem e Convenção sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra a Mulher).

 

Quando uma mulher perde a vida em derivação de abuso, violência doméstica, discriminação, menosprezo, nos casos em que a mulher é levada a cometer suicídio por abuso psicológico ou o simplesmente pelo fato de ser mulher, o ato deixa de ser um homicídio comum e torna-se qualificado e, consequentemente, crime hediondo, ou seja, de extrema gravidade, cujo tempo de reclusão pode ser de 12 a 30 anos. A lei do feminicídio foi criada devido a necessidade de providências mais rigorosas refletida nos altos índices de denúncias derivadas da violência contra as mulheres no Brasil.

 

No atual cenário pandêmico, algumas precauções foram adotadas para que a contaminação da doença fosse contida, dentre elas, as mais notáveis são o uso de máscara, frequente lavagem das mãos com água e sabão, utilização do álcool gel e principalmente a adoção do distanciamento social. Organizado pelo poder público, esse afastamento, aconselhado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), decretou-se na maioria das capitais do país em meados do mês de março e paralisou aulas presenciais e estabelecimentos de consumo, por exemplo. Em meio a tamanha agitação, diversos outros problemas sociais acabaram por sair do foco populacional. Entretanto, uma adversidade em específico têm chamado atenção das pessoas, em razão dos altos índices documentados desde o emprego das medidas preventivas para controle do Coronavírus. Nos últimos meses, observou-se um aumento da violência contra a mulher por seu parceiro íntimo.

 

A violência contra o sexo feminino é um problema de grande magnitude, tanto por ser frequente quanto por causar graves consequências na saúde das mulheres. Esses atos cruéis são estruturais e históricos, produtos da desigualdade, subordinação e relações assimétricas de poder entre homens e mulheres. No mundo, uma a cada três mulheres sofrem violência, seja física, sexual, moral, psicológica ou patrimonial.

 

Além dessas razões, durante o distanciamento social as mulheres são mais vigiadas e ficam impossibilitadas de ter contato com familiares e amigos, uma vez que os critérios de segurança sanitária diminuem a mobilidade física e o acesso aos sistemas de proteção social e segurança pública.

 

Abordar os crescentes índices de violência doméstica em tempos de pandemia dirige-nos ao tema dos mecanismos brutais que são rotinizados e invisíveis. Nos permite também pensar na “condição precária” (BUTLER, 2018) da mulher, uma vez que não é possível alcançar a verdadeira face das agressões sem situá-las em seus contextos sociopolíticos mais amplos (DAVIS, 2016).

 

“Mentira de amor” se mostra recheado de plurissignificação porque move o leitor com seu conjunto de ideias encadeadas a formar um contexto rico e detalhado do tempo e do espaço vivido pelas personagens. Dentro de nossa cultura, conforme Bakhtin (2011), este conto trata-se de um espaço interdiscursivo. Não temos acesso às coisas da vida, mas aquilo que é dito sobre elas.

 

A literatura tem autonomia ficcional e não necessita ser engajada, mas o conto “Mentira de amor” se apresenta, inclusive, como um texto que tem um compromisso social. Ao leitor é possibilitado fazer uso do conteúdo do conto conforme seu ponto de vista a partir da experiência de ‘viver’ a complexidade do assunto em foco, o que pode promover o desenvolvimento da alteridade em relação ao feminino e suas fragilidades.

 

Evidentemente, quem coloca o sentido é o receptor. O leitor percebe as marcas e dá sentido ao texto. E então acontece a semiose, no sentido da produção de significado. Cada leitor lê este conto de uma determinada forma e o significado pode se alterar. Neste caso específico, a angústia pela falta de liberdade faz com que eu tenha o desejo de compreender esta situação e procure ajudar como mulher que lê, pensa, corre atrás dos objetivos pessoais e profissionais.

 

O cenário descrito no conto pode provocar uma catarse de emoções. Depende do quanto o leitor dá significado a cada um dos símbolos apresentados, pois incorporamos a nossa ação nossos valores simbólicos. Os símbolos são vivos, ativos e despertam em cada um aquilo que lhe deu forma. O sujeito é expresso no tempo e autor de representações. Assim, ao leitor é permitido sentir o que é narrado e interpretar, conforme seus percursos, aquilo que lhe faz sentido. Durante a leitura do conto, memórias também são convocadas. O autor soube fazer na escrita deste conto um jogo que provoca “a reação do leitor diante da realidade estética figurada” (SARAIVA, 2009, p. 33).

 

O que fica é a certeza de que é preciso ler, “não para acreditar, nem para concordar, tampouco para refutar, mas para buscar empatia com a natureza que escreve e lê” (BLOOM, 2001, p. 25). O que se percebe é que, autor e leitor se completam na medida em que realizam seu papel de ‘movimentar’ o texto literário. Iniciando pelo autor que não pode somente esperar que um leitor-modelo “exista, mas significa também mover o texto de modo a construí-lo” (ECO, 2012, p. 40).

 

“O público dá sentido e realidade à obra, e sem ele o autor não se realiza, pois ele é de certo modo o espelho que reflete a sua imagem enquanto criador” (CANDIDO, 2006, p. 47). Assim, como leitores, damos sentido ao conto “Mentira de amor”. E, ao mesmo tempo, o conto reverbera em nosso cotidiano e provocará, no mínimo ao leitor, senão em quem mais o rodeia, movimentos e pensamentos em relação ao experimentado na leitura.

 

Como esta narrativa trata de uma mulher que vive à sombra do medo e opressão de um marido violento, é impossível não recordar estudos de Simone de Beauvoir sobre o feminino. Como leitora do conto reforço que “o prestígio viril está longe de ser apagado: assenta ainda em sólidas bases econômicas e sociais [...]” e é preciso pensar em como “a mulher faz o aprendizado de sua condição, como a sente, em que universos se acha encerrada, que evasões lhe são permitidas” (BEAUVOIR, 1980, p. 7). Há um universo dentro da leitura de um conto, esperando que o leitor faça uso.

 

Considerações finais

 

A escrita de um texto está relacionada com a leitura de quem o recebe. Na narrativa mítica da criação do mundo, por exemplo, aprendemos que o mundo é criado por meio da palavra. A palavra nos forma e nos transforma, inclusive altera nossa forma de pensar e agir. O uso da palavra é muito importante e, neste conto, Brito (2009) articula a narrativa de modo que possibilita ao leitor experimentar situações, cenas, sensações, num jogo entre ficção e realidade, por meio das representações presentes em vários elementos da trama. Desse modo, as palavras chegam ao leitor e este é quem irá dar sentido, através de suas relações entre fictício e imaginário, suas vivências e o modo como se predispõe ao contato com a obra, neste caso, literária.

 

“Mentira de amor” fala de violência doméstica, encarceramento, estupro, machismo. Além disso, trata do sofrimento da perda de uma das filhas e da angústia cotidiana de uma mulher que, diante de sua penteadeira, não consegue se observar. Ao olhar-se diante do único espelho da casa, para cortar os cabelos, é quando ela se vê e então faz perguntas para as quais não tem resposta.

 

Infelizmente, esta narrativa ficcional traz um contexto real de muitas mulheres no Brasil. O conto traz a história de uma mulher de um espaço interiorano, mas que vive um drama que é universal. Os elementos que caracterizam esta narrativa são a dor, o medo, a ansiedade e a violência, presentes na vida de uma mulher. Enfim, o conto traz uma narrativa trágica.

 

Colocando-nos como leitoras, concluímos que o conto “Mentira de amor” poderia ser intitulado como “Amor de mentira”. Afinal, não se percebem laços amorosos entre marido e mulher, apenas da mãe em relação às filhas. Também, reforçando a ideia da importância do leitor, podemos refletir sobre a necessidade de que textos dos mais diversos sejam disponibilizados a estudantes e comunidade em geral. Como foi abordado anteriormente, a literatura não tem de ser engajada, mas ela é uma possibilidade extremamente potente de transformação do contexto social.

 

Referências Biográficas

 

Ma.Sandra Maria Costa dos Passos Colling - Doutoranda e Mestra em Processos e Manifestações Culturais na Universidade Feevale(Bolsa CAPES/PROSUC), Especialista em Educação Contemporânea e em Arteterapia, Graduada em Artes Visuais. E-mail: [sandracolling@gmail.com].

 

Ma.Thais Gaia Schüler - Doutoranda e Mestra em Processos e Manifestações Culturais na Universidade Feevale (Bolsa CAPES/PROSUC), Especialista em Memória Social e Identidades, Licenciada em História. E-mail: [thaisschuler@yahoo.com.br].

 

Referências Biobliográficas

 

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BAKHTIN, Mikhail. Problemas da poética de Dostoiévski. Tradução Paulo Bezerra. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 1981.

 

BAKTIN, Mikhail. Estética da criação verbal. Livraria Martins Fontes, 2011.

 

BEAUVOIR, Simone de. O segundo sexo. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1980.

 

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BRITO, Ronaldo Correia de. Mentira de amor. In: Faca. São Paulo: Cosac Naify, 2009.

 

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BUTLER, Judith. Corpos em aliança e a política das ruas: Notas sobre uma teoria performativa de assembleia. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2018.

 

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SIMMEL, Georg. Sociologia. São Paulo: Ática, 1983.

 

WHITE, Hayden. Meta-história: a imaginação histórica do século XIX. São Paulo: Edusp, 1995.

6 comentários:

  1. Bom dia Sandra e Thais,
    Gostei muito do texto de vocês. Excelente trabalho, parabéns!

    O conto “Mentira de amor” fala sobre espaços negados, espaços aprisionados, espaços onde o corpo feminino está silenciado, onde as carnes efetivamente aparecem. Atualmente, a literatura vem ganhando cada vez mais espaço tanto no meio acadêmico quanto no profissional, ou seja, nas nossas salas de aula. Pois permite que tanto os alunos quanto os professores passam por um processo de desconstrução social, moral. Visto isso, como vocês acreditam que a literatura possa ajudar a desconstruir esse tipo de violência?

    Rannyelle Rocha Teixeira- UFRN

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    1. Boa tarde. Agradecemos por sua leitura e comentário. Concordamos que a literatura vem ganhando espaços. Mas ainda tem potencial para ser mais explorada e possa ser ofertada a todas as pessoas. Acreditamos que a literatura deva ser utilizada em espaços de educação formal e não formal de modo a possibilitar debates a partir de contos como Mentira de Amor, por exemplo. Entendemos que a leitura e rodas de conversa na educação básica, em grupos de estudo e em projetos de diversas áreas, nas comunidades, possa permitir um olhar para esta temática e problemática e que, deste modo, sejam pensadas formas de enfrentamento e empoderamento das mulheres. Assim, em um prazo médio, será possível exigir políticas públicas que sejam mais efetivas. É um trabalho de "formiguinha", mas extremamente importante. A literatura tem o poder de fazer com que possamos enxergar o outro, a nós mesmos, os corpos, os espaços, a vida. E no detalhe, podemos fazer a diferença.

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  2. Olá, gostaria de parabeniza-las, muito bem escrito. O texto aborda questões do dia a dia de muitas mulheres, sabendo que a proposta é tentar conscientizar ou pelo menos mostrar para a sociedade de uma forma um pouco mais dinâmica uma realidade, por vezes cruel, nesse sentido vocês acham que além de estimular a discussão e a conscientização, seria possível cobrar apoio político e social por meio da formação de grupos conscientes ?
    Paula Andreza Coelho da Cruz.

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    1. Boa noite. Agradecemos pela leitura. Acreditamos que seja possível solicitar apoio para ações sociais, mas para isso teremos de fortalecer a rede de grupos que trabalham sobre esta temática. Primeiro é necessário que se criem grupos de apoio, vem fundamentadas e articuladas. Para tanto, a educação é fator determinante. E nisso acreditamos que a História com a contribuição da literatura têm papel fundamental. Mas, com certeza, um grupo esclarecido de seus direitos e fortalecido por meio da educação, tem a força necessária para exigir apoio político.

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