Samara Rodrigues Pino

A CATEGORIZAÇÃO DE GÊNERO NOS BRINQUEDOS E A EDUCAÇÃO INFANTIL

 

Introdução

 

O presente artigo tem como objetivo abordar problemáticas referente a questões gênero presentes nos brinquedos infantis. Para realizar esse trabalho, iremos analisar quatro lojas de brinquedos, para que, assim, possamos ter uma compreensão sobre os tipos de brinquedos que estão sendo produzidos para as crianças. Considero necessário utilizar-me de sites de lojas online afim de trazer uma comparação relacionada as diferenças entre o que seria designado como brinquedo para menina ou para menino. Assim, compreendo que, partir desse levantamento de dados, juntamente com autores que trabalhem com perspectivas relacionadas as construções de gênero, discutiremos as problemáticas das diferenças de gênero nos brinquedos e como elas acarretam conflitos na vida das crianças, dando um enfoque na Educação Infantil.

 

Durante a infância, as crianças têm seus gostos, atitudes, subjetividades moldadas a partir do seu gênero. E, essas diferenças persistem por bastante tempo, inclusive, muitas vezes, por toda a vida. Mesmo sendo sujeitos e produtores de conhecimento, cultura e, que possui ideias e relações próprias, as crianças são expostas as narrativas adultas sem muitas possibilidades de refletir sobre e, reproduzindo diversos preconceitos e estereótipos. São diversas as ferramentas utilizadas para impor um pensamento as crianças, desde de roupas a trejeitos. 

 

Desse modo, é pertinente os estudos de gênero na infância, visando apontar as problemáticas e possíveis soluções para que, nesse sentido, tenhamos mais oportunidades de transformações sociais na busca de infâncias mais igualitárias. Os brinquedos são objetos que estão presentes em diversos espaços, nos quais as crianças estão inseridas, por exemplo, a escola e lugares de lazer, assim como está no cotidiano das crianças desde da mais tenra idade. Nessa perspectiva, os brinquedos apresentam inúmeras possibilidades de pesquisa, principalmente sobre as diferenças entre meninas e meninos na infância, assim como para outras problemáticas.

 

Os brinquedos das lojas

 

Levando em consideração de estarmos em um período de restrição por conta da pandemia de coronavírus e buscando a facilidade para acesso de informações da categorização geral dos brinquedos, essa pesquisa foi realizada através do levantamento de dados com as quatro lojas de brinquedos. As lojas escolhidas foram as Superlegal, Lojas França, Toy Mania e Ri Happy, pois são conhecidas em grande parte do Brasil e possuem diversos espaços físicos pelo país. Assim, foi feita a análise das imagens e dos brinquedos especificados nas subcategorias ao acessar as categorias de menina e menino.

 

Iniciaremos com a loja Superlegal, nela já podemos identificar no design do site que há uma diferenciação entre meninas e meninos, entrando nas categorias, há ao lado subcategorias das abas meninas e meninos, os brinquedos selecionados para meninas são bonecas, bonecas bebês, maquiagem e beleza, entre outras opções mostradas na figura 1.

 


Figura 1– Subcategorias Meninas

Fonte: https://www.superlegalbrinquedos.com.br/

 

Enquanto na categoria dos meninos, a figura 2 nos mostra que é possível encontrar na loja os seguintes brinquedos como, personagens, carrinhos, aviões, fantasias entre outros.

 


Figura 2 – Subcategorias Meninos

Fonte: https://www.superlegalbrinquedos.com.br/

 

Assim como a loja Superlegal no site da loja França o padrão de categorias não muda, abaixo na figura 3, podemos ver que na aba das meninas há carrinhos para bebês, e as sub abas ao lado, brinquedos de cozinha, maquiagem, etc.

 


Figura 3 – Subcategorias Meninas

Fonte: https://www.lojasfranca.com.br/

 

Logo abaixo, na figura 4, há as imagens de carrinhos, bonecos de super-heróis, as subcategorias dos brinquedos de meninos, contém ferramentas, dinossauros, imaginext, entre outros.

 


Figura 4 – Subcategorias Meninos

Fonte: https://www.lojasfranca.com.br/

 

Outra loja que também segue esse padrão de menina e menino é a Toy Mania, como podemos ver na figura 5 as subcategorias da categoria meninas, inclui brinquedos como bonecas bebês, roupinhas, casa, carro e cia.

 


Figura 5 - Subcategorias Meninas

Fonte: https://www.toymania.com.br/

 

Enquanto na categoria de meninos na figura 6, as subcategorias incluem brinquedos mais diversificados como bonecos de ação, robôs, naves, carros e cia.

 


Figura 6 - Subcategorias Meninos

Fonte: https://www.toymania.com.br

 

Já na figura 7 podemos perceber que a loja Ri happy diferente das demais analisadas, possui uma postura neutra em relação a categorização dos brinquedos, não os separando por gênero, mas sim por tipos de brinquedos. É pertinente evidenciar que, a loja Ri Happy é conhecida como a maior rede varejista de brinquedos do Brasil. Dessa forma, por ser uma loja tão conhecida, a preocupação em se manter neutro sobre as relações de gênero e os brinquedos pode se dar pelo fato de querer trazer uma imagem mais moderna para loja.

 


Figura 7 – Subcategorias

Fonte: https://www.rihappy.com.br/



A problemática na diferenciação dos brinquedos

 

Primeiramente, vale ressaltar que essas diferenciações partem das perspectivas dos adultos sobre a diferenciação entre meninas e meninos. Pois, os brinquedos, de forma geral, podem ser compreendidos como elementos culturais, e as crianças, enquanto sujeitos, podem ressignificar ou recriar os significados desses objetos.

 

Ao refletirmos sobre o conceito de gênero, podemos evocar Scott (1995) com uma perspectiva pós-estruturalista, na qual, defende que enquanto sexo se refere as diferenças biológicas entre homens e mulheres, gênero é um conceito mais fluido que se refere aos papeis sociais atribuídos aos sexos, com as ideias de masculinidade e feminilidade como aspectos mutáveis que se diferem em distintas sociedades e em diferentes momentos da história, assim definindo gênero como um elemento pertencente em todas relações sociais fundamentadas nas diferenças entre os sexos. Podemos perceber, então, que as questões de gênero também estão presentes nos brinquedos, seguindo o modelo de papéis sociais atribuídos aos homens e mulheres na sociedade. A autora Belotti (1975) nos traz uma reflexão sobre a imputação de gênero nesses objetos:

 

“Para as meninas existe uma vastíssima gama de objetos miniaturizados que imitam os utensílios caseiros, como serviços de cozinha e toilette, bolsas de enfermeira com termômetro, faixas, esparadrapo e seringas, dependências como banheiros, cozinhas completas com eletrodomésticos, salas, quartos, quartinhos para bebês, jogos para coser e bordar, ferros de passar, serviços de chá, eletrodomésticos, carrinhos, banheirinhas e uma série infinita de bonecas com o respectivo enxoval. Para os garotinhos em geral os brinquedos divergem completamente: meios de transporte terrestre, navais e aéreos de todas as dimensões e de todos os tipos: navios de guerra, porta-aviões, mísseis nucleares, naves espaciais, arma de todo o tipo, desde a pistola de Cow-boy 13 perfeitamente imitada até alguns sinistros fuzis-metralhadoras que diferem dos verdadeiros apenas pela menor periculosidade, espadas, cimitarras, arcos e flechas, canhões: um verdadeiro arsenal militar.” (BELOTTI,1975, p.75-76)

 

Assim, essa diferenciação dos brinquedos escolhidos para as crianças pode carregar traços para a vida, assim como também limita os desejos da criança, mesmo que seja uma preferência sua escolher certo brinquedo, é preciso que antes uma pessoa tenha lhe ensinado sobre aquilo.

 

Segundo Delgado (2004) as diferenças como a de gênero fazem o conceito universal de infância perder legitimidade, ou seja, meninas culturalmente terão uma infância mais “calma” e controlada, pois brinquedos que exijam do físico ou sejam mais “violentos” serão voltadas para os meninos. Entretanto, mesmo com toda a problemática de gênero não podemos negar que essa também é um tipo de infância, como Didonet (2007) diz, não há uma infância única, mesmo que as crianças possuam algumas características iguais ou parecidas, ela será única no espaço que está inserida, ou seja cada uma viverá uma infância diferente. Sendo assim, o brinquedo como artefato cultural pode se tornar um instrumento de produção de gênero, controlando e regulamentando as crianças, pois:

 

“Diferenças, distinções, desigualdades... A escola entende disso. Na verdade, a escola produz isso. Desde seus inícios, a instituição escolar exerceu uma ação distintiva. Ela se incumbiu de separar os sujeitos tornando aqueles que nela entravam distintos dos outros, os que a ela não tinham acesso. Ela dividiu também, internamente, os que lá estavam, através de múltiplos mecanismos de classificação, ordenamento, hierarquização.” (Louro, 1997, p. 57)

 

Desse modo, Louro (1997) nos diz que, a escola tem suas origens marcadas na divisão, por ser tratar de um espaço já marcado pelas relações de gênero, as brincadeiras escolares também são afetadas com esses problemas, principalmente na Educação Infantil, onde o ato de brincar possui uma importância fundamental para o desenvolvimento integral da criança tanto como individuo como nos aspectos psicomotores.

 

A divisão de brinquedos pode ocasionar problemas na socialização entre as crianças na sala de aula, seguiremos o conceito de Kishimoto (2001) de brinquedo, esse sendo o material de suporte para as brincadeiras, muitas vezes as crianças não participam de brincadeiras coletivas por considerarem certos brinquedos coisas de meninas ou de meninos. Portanto, Kishimoto e Ono (2008) a partir de uma pesquisa realizada entre 2005 e 2006 na Brinquedoteca da Faculdade de Educação da USP, com crianças de 2 a 10 anos de idade, puderam constatar uma preferência de brinquedos e brincadeiras de meninos e meninas. Os espaços de brincadeiras de cozinha obtiveram registros da presença de 78,26% das meninas que participaram da pesquisa e 21,74% da presença de meninos. A boneca foi o item mais escolhido por meninas, enquanto o carrinho foi o brinquedo que somente os meninos escolhiam. Lembrando que em certos contextos uma brincadeira tipicamente definida como masculina pode ser considerada feminina também, precisando levar em conta os contextos sociais dessas variações de gênero.

 

Vale ressaltar que, nos 89 registros realizados pelas pesquisadoras, foi presenciado um caso na qual a professora reproduzia uma visão estereotipada de gênero ao falar sobre o que as crianças deveriam brincar. Foram registrados casos de desconstrução de gênero partindo das crianças, momentos nos quais meninos estavam no espaço da cozinha, ou brincando de boneca, o uso de fantasias como perucas e coroas, e brincadeiras mistas. Assim como houve momentos de proteção ao “território” feminino e masculino, também houve momentos de brincadeiras harmoniosas.

 

Comparando os dados adquiridos por Kishimoto e Ono (2008) e a análise das lojas online de brinquedos, podemos perceber a permanência de estereótipos de gênero das industrias comerciais e midiáticas ainda em 2021, bonecas e brinquedos que trazem consigo o espaço familiar, o cuidado materno e com a aparência física são direcionadas as meninas, enquanto aos meninos lhes é oferecido um mundo de aventuras com bonecos de ação, carros e ferramentas.

 

 

Considerações Finais

 

Das observações realizadas, podemos perceber que as questões de gênero permeiam a vida das crianças a todo instante. A mídia constantemente reforça os estereótipos de gênero em propagandas de brinquedos infantis, muitas vezes anunciando brinquedos nada infantis como maquiagens para meninas e arminhas para os meninos.

 

A criança a partir do momento que está sendo gerada já possui uma expectativa, tem suas atitudes e comportamento definidos pelo seu gênero,” meninas são mais calmas e delicadas, usam rosa e brincam de boneca” “meninos mais agitados e violentos, usam azul e brincam de carrinhos”, sendo assim para os adultos os brinquedos se tornam mais uma das ferramentas de controle infantil.

 

Professores(as) também tiveram seus comportamentos definidos na infância, por conta disso no espaço escolar muitas vezes eles inconscientemente reforçam as diferenças de gênero entre os alunos nas práticas educacionais. Por estes motivos trabalhar e problematizar as questões de gênero nas escolas principalmente na Educação Infantil é essencial para o desenvolvimento das crianças como indivíduos de uma sociedade.

 

Precisamos estar cientes que a perpetuação de preconceitos advindos dos professores(as) podem também ser resultados de uma educação que nunca incentivou um rompimento com os padrões sociais de gênero. Sendo pertinente uma capacitação desses profissionais com novas práticas pedagógicas para o ensino de igualdade de gênero. Na luta contra as desigualdades de gênero todos que estão inseridos na vida da criança possuem um papel importante, a escola precisa estar unida para trabalhar essas questões com a família dos alunos, para que possam repensar como orientam as brincadeiras dos filhos em casa.

 

Desse modo, Kishimoto e Ono (2008) perceberam em sua pesquisa que mesmo quando as crianças já possuem uma concepção sobre gênero, muitas vezes elas as transgredem com naturalidade, seja em brincadeiras coletivas quanto individuais. O Educador(a) precisa se fazer presente nesses momentos de brincar livre, para que possa incentivar a participação das crianças em brincadeiras e atividades mistas lhes permitindo a liberdade de escolher e experimentar, esse processo pode mudar a simbologia dos brinquedos e brincadeira, que passariam a ser artefatos culturais de combate a uma educação sexista. Como Louro (1997) explica ações como essas facilitam o educador(a) a olhar para o sujeito que deseja transgredir as fronteiras de gênero

 

Concluo, portanto, que o trabalho do professor(a) ao tratar as questões de gênero com os alunos, abre um leque de possibilidades e caminhos para as crianças, mostrando as diversas formas de ser menina e menino para que possam ser eles mesmos.

 

Referências biográficas

 

Samara Rodrigues Pino é formada em História pela Universidade Federal do Rio Grande, atualmente graduanda do curso de Pedagogia na mesma instituição.

 

Referências bibliiográficas

 

BELOTTI, Elena Gianini. Educar para a submissão. Petrópolis: Vozes, 1975

 

DELGADO, Ana Cristina Coll. Infâncias e crianças: O que nós adultos sabemos sobre elas? Revista Espaço Acadêmico. Nº34, 2004.

DIDONET, Vital. Um olhar histórico e antropológico sobre a infância e a cultura. Revista Pátio Educação Infantil, Ano V - Nº 15, novembro de 2007 a fevereiro de 2008.

 

KISHIMOTO, Tizuko Morchida. Jogo, brinquedo, brincadeira e a educação. São Paulo: Cortez, 2001.

 

Kishimoto, Tizuko Morchida, & Ono, Andréia Tiemi. (2008). Brinquedo, gênero e educação na brinquedoteca. Pro-Posições, 19(3), 209-223.

 

LOURO, Guacira Lopes. Gênero, sexualidade e educação: uma perspectiva pós-estruturalista. 6. ed. Petrópolis: Vozes, 2003.

 

SCOTT, Joan Wallach. Gênero: uma categoria útil de análise histórica. Educação & Realidade. Porto Alegre, v. 20, n. 2, p.71-99, jul./dez. 1995.

29 comentários:

  1. Marianna Ribeiro Pires25 de maio de 2021 às 16:37

    Olá! Parabéns pela reflexão ainda tão necessária, que é o campo dos estudos de gênero. Gostaria de suscitar a seguinte reflexão: você afirma no texto, que a rede de lojas Ri Happy, “possui uma postura neutra em relação a categorização dos brinquedos, não os separando por gênero, mas sim por tipos de brinquedos”. Quando eu leio que a loja não separa os brinquedos por gênero, mas sim por tipos, eu não vejo neutralidade, ao contrário, vejo posicionamento. A loja parece se posicionar em relação aos gêneros, só não se sabe se ideologicamente, por acreditar em um discurso mais igualitário ou se por questões comerciais, que facilitariam o acesso por tipos de brinquedos, em detrimento da separação “menino” x “menina”. Gostaria de saber se você acredita em neutralidade, ou que explicasse melhor o que você quis dizer ao usar este termo. Também provoco a reflexão sobre o seguinte trecho: “É pertinente evidenciar que, a loja Ri Happy é conhecida como a maior rede varejista de brinquedos do Brasil. Dessa forma, por ser uma loja tão conhecida, a preocupação em se manter neutro sobre as relações de gênero e os brinquedos pode se dar pelo fato de querer trazer uma imagem mais moderna para loja”. Te pergunto: como foi a pesquisa, para chegar nessa análise? Você teve acesso a mais dados da empresa, como posicionamento estratégico, valores? Qual dado você pesquisou ao afirmar que a loja é a maior rede de brinquedos do Brasil? O que seria uma imagem “moderna”? Enfim, fiquei curiosa para saber o percurso da tua pesquisa, para chegar nessas inferências. Abraços, Marianna

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    1. Olá Marianna, os dados sobre a Ri Happy ser uma loja popular no Brasil foram retirados do Ranking Ibevar – FIA 2020, na qual esse premia as empresas varejistas que mais faturaram e as mais admiradas pelos consumidores no país, na categoria brinquedo a loja Ri Happy foi a ganhadora. Optei por utilizar o termo neutro por não ter certeza das reais intenções comerciais da loja, acredito que um dos motivos do grupo Ri Happy seria utilizar a divisão por tipos de brinquedos para tentar agradar todos os tipos de públicos, dos mais conservadores aos mais progressistas. Utilizei o termo "moderna" por ser muito utilizada na mídia quando uma empresa passa a ter uma postura mais igualitária. Abraços

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  2. Olá Samara, primeiramente parabéns pela pesquisa e pelo texto, esse assunto vem ganhando cada vez mais notoriedade e é de extrema importância, agradeço por contribuir com a propagação dessas informações.
    A minha pergunta é referente a relação dos pais com os brinquedos, a ideia de brinquedo de menino e de menina começa dentro de casa e mesmo que o professor tente desconstruir essa ideia pode esbarrar em pais mais conservadores. Pensando nisso, você teria alguma sugestão de como entrar nesse assunto com esses pais?

    Ass: Lumena Rios da Cunha Pereira

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    1. Olá Lumena, eu acredito muito que a família precisa estar inserida e presente no meio escolar, conversas e palestras sobre os brinquedos são uma ótima forma de iniciar esse assunto com os pais, e se possível realizar dinâmicas em grupo com os professores(as), os pais e os alunos. Abraços

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  3. Boa noite, parabéns e obrigada por partilhar seus ideais.
    Ao lecionar história podemos encaixar tal assunto nas relações de gênero ao decorrer da História, mas como evidenciar aos alunos a problemática de algo que já está tão enraizado? Principalmente á meninos do ensino fundamental que estão se desenvolvendo, e possuem maior pressão quanto a sua "masculinidade". A questão dos brinquedos para meninos e brinquedos para meninas vem desde suas casa, como lidar com os pais que podem não aceitar esse assunto que contradiz o que ensinam á seus filhos, sendo abordado em sala?

    Nelciely da Silva Akutsu

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    1. Olá Nelciely, é constante o trabalho que deve ser realizado com as crianças sobre as questões de gênero, no caso de alunos do ensino fundamental é necessário conversas e atividades que dialoguem com a feminilidade vista como algo ruim e a "masculinidade frágil", incentivar brincadeiras mistas é uma forma de mostrar aos alunos que não há problemas em cruzar as fronteiras do gênero. Tratar sobre gênero na sala de aula no Brasil é visto como algo "polêmico", nesse contexto é muito importante ter o apoio da coordenação escolar, pra que juntos possam dialogar com os pais mais conservadores, e evitar que aja um enfrentamento hostil entre professor(a) e responsáveis. Como respondido na pergunta anterior, há a possibilidade de realizar atividades com os pais para que possam enteder esse assunto. Abraços

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  4. Boa noite!Parabéns pela a pesquisa! Minha pergunta é: de que forma podemos abordar o assunto sem causar polemica com os pais dos alunos? E como devemos lidar com o bullying sofrido por alunos que optam por brincadeiras e brinquedos diferentes daqueles que são esperados para o seu gênero? Por exemplo um menino que opta por brincar de boneca.


    Bruna Luíza da Silva Matos

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    1. Olá Bruna, como dito nas perguntas anteriores, deve-se haver um diálogo com os pais para que entendam sobre as questões de gênero e os brinquedos, em relação as crianças é necessário incentivar as brincadeira em coletivo, sempre conversando com elas sobre os brinquedos da sala de aula ou da brinquedoteca, lhes dando a opção de brincar com tudo que quiserem, outra ideia seria elaborar um projeto da turma que aborde esse assunto, por exemplo um projeto na qual um aluno por vez leva para casa no final de semana um boneco e é necessário cuidar dele como uma criança real, esse boneco seria o bebê da sala, e durante a semana seria relatado na sala de aula como foi o final de semana com o bebê. Nesses momentos precisamos utilizar do nosso aporte teórico, metodológico e da criatividade para a elaboração de projetos. Abraços

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  5. Parabéns pelo trabalho, abordar esse assunto é essencial!
    A minha questão é: considerando que ainda não é muito buscado um tipo de formação continuada que guiem os docentes nessa tarefa de combater uma educação sexista, como eles podem discutir sobre esses aspectos relacionados ao gênero com alunos do ensino fundamental, sobretudo quando ocorre deles já possuírem um pensamento formado por influência do pais?
    Marcelli Gamarra de Melo

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    1. Olá Marcelli, infelizmente nesses casos o docente está por si só, será preciso uma busca própria sobre o assunto para que assim possam discutir com os alunos na sala de aula. Uma boa é estar informado de eventos gratuitos sobre igualdade de gênero que sejam realizados presencialmente ou de forma remota. Abraços

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  6. Boa noite, ótimo texto. Gostaria de saber se você tem uma proposta de intervenção, com relação a criação que os filhos recebem de seus pais, práticas essas que chegam até nos brinquedos. Uma proposta que tenho como objetivo desfazer essa ideia cristalizada de menina brincar com brinquedos ligados à cozinha, ter filhos e meninos com carros, armas entre outras coisas, algo que é consideravelmente "machista" nos dias atuais. E como a Fake news do kit gay, as falas da ministra Damares "menina veste rosa e meninos vestem azul" podem afetar essa intervenção e atrapalhar a evolução e desenvolvimento dos pais com essa ideia machista imposta pela sociedade tanto antigamente como nos dias atuais?.
    Ps: Lucas Gomes de Lima

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    1. Olá Lucas, eu pesquiso diversas propostas pedagógicas na internet, porém é necessário lembrar que toda atividade encontrada na internet ou elaborada por conta própria, que for realizada talvez seja necessário ser adaptada na sala de aula, pois cada criança é única ou seja cada turma é diferente uma da outra, recomendo que dê uma olhada no site http://desafiodaigualdade.org.br/, lá eles possuem um caderno de atividade que buscam romper com as diferenças de gênero.
      Em relação aos comentários da ministra, eles possuem grande influência no pensamento do povo, por já sermos uma sociedade machista comentários como esses reinforçam ideias sexistas, pessoas como a ministra Damares e a bancada evangélica afetam o desenvolvimento da nação vetando leis e projetos que buscam a igualdade de gênero, racial e sexualidade. Abraços

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  7. Olá Samara Pino, parabéns pelo seu texto.

    uma parte desse artigo me chamou atenção:

    "Professores(as) também tiveram seus comportamentos definidos na infância, por conta disso no espaço escolar muitas vezes eles inconscientemente reforçam as diferenças de gênero entre os alunos nas práticas educacionais. Por estes motivos trabalhar e problematizar as questões de gênero nas escolas principalmente na Educação Infantil é essencial para o desenvolvimento das crianças como indivíduos de uma sociedade"

    Gostaria de perguntar como seria esse trabalho e problematização no ensino de séries iniciais? visto que muitos são crianças.
    Você acredita que essa "desconstrução" não deveria ser extendida aos pais? já que o ambiente doméstico funciona como primeiro ambiente educador e formador da personalidade dessas crianças.

    Mais uma vez, parabéns pelo texto.


    Marcos de Araújo Oliveira

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    1. Olá Marcos, por ser anos iniciais é possível tanto se utilizar de brincadeiras para o ensino das questões de gênero, assim como abordar esse assunto nas disciplinas de sala de aula. Acredito que a descontração deve sim chegar aos responsáveis das crianças, como respondido em outras perguntas, eu dou algumas ideias de como uma educação igualitária pode alcançar os país dos alunos. Abraços

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  8. Parabéns pelo texto, trabalhar com a criança ainda na pré escola sobre gênero e problematizar essa questão de "brinquedo para menina e para menino" é muito importante para a formação da criação, minha dúvida é como abordar essa questão com os pais?
    Obrigada

    Sthefany dos Santos Batista

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    1. Olá Sthefany, uma das escolas na quais trabalhei, em alguns sábados os docentes e a coordenação elaboravam palestras e dinâmicas sobre diversos assuntos voltados para os pais das crianças, assim como os professores (as) sempre dialogavam com os pais nas reuniões sobre os brinquedos da sala de aula. Esse dois exemplos seriam formas de abordar esse assunto com os pais, lembrando em sempre deixar as explicações bem didáticas e com uma linguagem de fácil entendimento. Abraços

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  9. Primeiramente, gostaria de externalizar a minha felicidade em ver esta questão sendo levantada nesta pesquisa. Meus sinceros Parabéns!

    Nosso atual momento nos levou ao ensino remoto, este vem sendo monitorado e auxiliado pelos pais em suas casas. Pensando nisso, de que maneira nós como Educadores poderíamos orientar os pais para trabalhar esse debate em prol da desconstrução desse padrão sexista?
    Desde já agradeço.

    Tífanne do Nascimento Araújo

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    1. Olá Tífanne, acredito que todas as propostas que respondi nas perguntas acima possam ser realizadas de forma remota com algumas adaptações, porém precisamos lembrar que muitas crianças não são auxiliadas ou monitoradas pelos pais nas aulas, muitos não tem nem tempo por conta do trabalho e outros problemas que a pandemia gerou, assim como há crianças que não conseguem assistir as aulas por conta da internet ou por não possuírem aparelhos eletrônicos, essas questões atuais tem dificultado muito a educação no geral o que também acarreta em uma dificuldade de elaboração de uma educação igualitária. Abraços

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  10. Parabéns pelo trabalho! Samara, através da seu conhecimento no tema, qual a sua percepção em relação ao brincar e recorte de gênero na infância? Causa mais "desconforto", em nosso contexto cultural, uma menina brincar de boneco, carrinho ou um rapaz brincar de boneca? Tenho a impressão de ser a ultima opção. Se for, como explica? O machismo acaba por ser mais agressivo, na infância, aos meninos? Obrigada

    Ass.: Ester Torres

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  11. Danilo Leite Moreira28 de maio de 2021 às 15:34

    Samara, primeiramente gostaria de agradecer por ter se inscrito em nossa mesa. Parabéns pela proposta do trabalho. Adorei a análise feita com relação aos brinquedos e as questões de gênero. Para ampliar essa discussão em futuras pesquisa deixo como sugestão a leitura do livro Cultura de Massas no século XX, do Edgar Morin. Ele ajuda a pensar como a Industria Cultural tem impactado e influenciado as pessoas, principalmente nas questões de gênero.

    At.te
    Danilo

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