Marta Gleiciane Rodrigues Pinheiro e Jakson dos Santos Ribeiro

OS MANUAIS DE MODA COMO POSSIBILIDADES METODOLÓGICAS PARA O ENSINO DE HISTÓRIA E QUESTÕES DE GÊNERO NA SALA DE AULA

 

O presente texto discorrerá sobre os manuais de moda como possibilidades metodológicas para o ensino de História. Como também para discussão sobre questões de gênero na sala de aula, pois os estudos que envolvem a moda vão além da apresentação estética da mesma, mas como algo que nos possibilita a entender a dinâmica social das sociedades e a influência alcançada por quem as trajava determinada vestimenta, nas relações sociais, portanto a moda funcionava e ainda funciona como uma significação simbólica acerca da representatividade imposta pela roupa usada, seja de classe social ou de gênero. 

 

A moda é um fenômeno social poderoso de comunicação e suas entrelinhas são um vasto campo de estudo. Devido as várias possibilidades de estudo que a moda nos proporciona, vamos aqui apresentar algumas possibilidades metodológicas utilizando-a para a aprendizagem dos alunos os manuais de moda e, a partir disso, trabalhar a inserção do estudo de gênero no ensino de História, uma vez que o estudo de gênero no ensino de História proporciona para um aprofundamento nas questões do dia-a-dia dos alunos, visto que esta temática é apenas estudada de modo “superficial” em sala de aula, porém, vivenciada fora da mesma por grande parte dos alunos.

 

A discussão de gênero é uma temática pertinente pois não restringe-se somente a sala de aula ou a uma disciplina isolada, mais que envolva a escola de modo geral incluindo os gestores, coordenadores, professores, merendeiras, zeladores e vigias, dado que a comunidade escolar tem papel primordial na formação da identidade das criança e adolescentes, assim, formando alunos/cidadãos críticos e com consciência da importância da diversidade e pluralidade de identidades, posto isso, é necessário problematizar e  inserir nas  práticas  de  ensino  estratégias  capazes  de  articular a História e o  estudos  de gênero.

 

O texto traz como fontes primarias as revistas de moda e os jornais que circulavam na cidade de Caxias/Ma no período da Primeira República. A utilização dessas fontes se tornou possível por conta da ampliação do conceito de fonte proposta pela Escola dos Annales em contraponto a História positivista tida como tradicional e oficial baseada apenas nos documentos escritos do Estado, como aborda Reis [1996]:

 

“A função do historiador seria a de recuperar os eventos, suas interconexões e suas tendências através da documentação e fazer-lhes a narrativa”. [REIS, 1996, p.12]

 

Ou seja, a História era apenas o que o senso comum define, simples estudos que servem apenas para reconstruir fatos históricos (a disciplina que se decora datas de acontecimentos), não permitindo a aproximação do historiador com o objeto de estudo, pois segundo esses autores: 

 

“A história – res gestae – existi em si, objetivamente, e se oferece através dos documentos” [REIS, 1996, p.13]

 

 Mas os Annales ampliaram as possibilidades e abordagens em relação as fontes e a escrita histórica:

 

“O conhecimento de todos os fatos humanos no passado, da maior parte deles no presente, dever ser, [segundo a feliz expressão de François Simiand,] um conhecimento através de vestígios. Quer se trate das ossadas emparedadas nas muralhas da Síria, de uma palavra cuja forma ou emprego revele um costume, de um relato escrito pela testemunha de uma cena antiga [ou recente], o que entendemos efetivamente por documentos senão um “vestígio”. [..]. [BLOCH, 2001, p.73]

 

E o ensino de História carecendo de metodologias que atendam às necessidades e especificidades da nova geração de alunos. Principalmente quebrar o preconceito que estudar é apenas decorar datas, pois a História não é somente um amontoado de acontecimentos passados. Aprender História não é apenas decorar datas:

 

“Aprender história é uma experiência na qual o pensamento histórico é desenvolvido não por meio de um acúmulo de conhecimentos, mas pela mobilização desses para pensar o passado em relação ao presente”. [RÜSEN, 2010 apud ESTACHESKI; ZARBATO 2020, p.8]

 

Os professores de História necessitam incorporar novas metodologias de ensino para quebrar o preconceito citado anteriormente, e que facilite o ensino-aprendizagem dos alunos, de forma que possam refletir de modo humanizado sobre questões como racismo, homofobia, assédio e bullying, pois:

 

“à consciência crítica possibilita a inscrição dos sujeitos na realidade para melhor conhecê-la e transformá-la, formando-o para enfrentar, ouvir e desvelar o mundo” [SCHMIDT, 2002]

 

 Desta forma, tornando-os sujeitos com consciência histórica, como aponta Schmidt [2002]:

 

“A aula de História é o momento em que, ciente do conhecimento que possui, o professor pode oferecer a seu aluno a apropriação do conhecimento histórico existente, através de um esforço e de uma atividade com a qual ele edificou esse conhecimento. [...] A sala de aula não é apenas um espaço onde se transmite informações, mas onde uma relação de interlocutores constrói sentidos”. [SCHMIDT, 2002, p. 298].

 

Os livros didáticos sempre foram/serão ferramentas essências para o fomento crítico e instrutivo dentro e fora da sala de aula. Desse modo, propomos aliar tal ferramenta com as novas possibilidades de ampliar e dinamizar o ensino, para isso, faz-se necessário um empenho de educadores, gestores e todos aqueles que agem de maneira direta e/ou indiretamente na criação e articulação dessas novas metodologias para o ensino de modo geral e, nesse caso, de História, como afirma Schmidt [2002]:

 

“A relevância do conhecimento histórico, ou seja, do saber a ser ensinado, encontrado nos indícios documentais e na experiência cultural de alunos e professores, em confronto com outras fontes de conhecimento histórico como, por exemplo, os manuais didáticos; pode contribuir para a construção da consciência histórica crítica de alunos e professores. “[SCHMIDT, 2002, p.304]

 

Os “manuais” de moda e a moda na sala de aula: uma relação possível?

 

O uso dos manuais de moda na sala de aula é uma nova perspectiva no ensino de História, possibilitando uma nova abordagem no ensino-aprendizagem, como também mostrando a eles a importância dos documentos, sendo os mesmos são de fácil acesso, disponibilizadas em sites como o da Biblioteca Benedito Leite, de São Luís. Aliando também a utilização da tecnologia no ensino, facilitando a consulta desses periódicos tanto pelos alunos como pelos professores, caso a escola não possua uma estrutura tecnológica ou os próprios alunos, pode-se converter em pdf e ser salvo no aparelho celular do professor e posteriormente está mostrando para os alunos, assim, todos podem ter contato com essas fontes.

 

Por intermédio da moda podemos abordar as mudanças ocorridas de uma época para outra, pois eram adotados novos costumes pela população para assim adequar-se às novas exigências impostas, fazer o mapeamento dos trajes mais famosos de determinado período, quais as pessoas que o utilizavam e a partir disso demonstrar as principais classes sociais do lugar estudado, pode-se perceber aspectos da econômicos, políticos e principalmente culturais.

É importante salientar que a vestimenta, dada a diferenciação atribuída à design, cor, tamanho, a roupa assumi uma relação de poder e, consequentemente, de gênero, situação apontada por Lipovetsky (1987).

 

O traje marca, desde então, uma diferença radical entre o masculino e o feminino, sexualiza como nunca a aparência [...]. O vestuário empenha-se, assim, em exibir os encantos dos corpos acentuando a diferença dos sexos: o gibão estofado dá relevo ao tórax masculino, as braguilhas terão por vezes formas fálicas; um pouco mais tarde, o espartilho, com sua armação, permitirá durante quatro séculos afinar a cintura feminina e erguer o colo [...]. O traje de moda tornou-se traje de sedução: não mais apenas símbolo hierárquico e signo de estatuto social, mas instrumento de sedução, poder de mistério e segredo, meio de agradar e de ser notado no luxo, na fantasia, na graça amaneirada. [LIPOVETSKY, 1987, p.65-66].

 

Com isto, especulamos que os manuais de moda e jornais estão inclusos nessa relação da construção social do que era ser mulher, como vestir-se e comportar-se na Primeira Republica e a elegância da roupa trajada por esses homens republicanos está além da estética, partindo disso, podemos perceber que a moda funciona como fator social possuindo suas significações.

 

A partir das vestimentas usadas, os indivíduos afloraram o sentimento de pertencimento a uma determinada classe ou grupo de pessoas com um certo prestigio na sociedade, como aponta Rainho:

 

[...] a moda vai somar-se ao refinamento dos modos e ao polimento dos costumes, passando a significar também marca da boa “sociedade”. Seguir a moda torna-se um imperativo para essa camada que, por meio dela, procurava por um lado, nivelar-se, pelo menos na aparência, aos seus pares europeus, e, por outro, distinguir-se do resto da população [...]. [RAINHO,2002, p.56].

 

Com embasamento nessa afirmação percebemos que, aos poucos, a moda foi ganhando espaço na sociedade burguesa. Esse fato é bem visível nos manuais de moda. A mesma então funcionava e ainda funciona como uma significação simbólica acerca da representatividade imposta pela roupa usada seja de classe social ou de gênero. Desta forma, fica explicito que a moda e a publicidade andavam lado a lado e mediante as representações e os discursos evidenciados pelos periódicos, a imprensa difundia o que os interesses da elite, em prol da moral e dos bons costumes. Ficando explicito o quão proveitoso e rico pode ser o uso dos manuais de moda e a própria moda no ensino de História, a diversidade de temáticas que podem ser trabalhadas pelos professores.

 

Gênero: uma discussão imprescindível no ensino de História

 

Quando falamos no estudo de gênero, automaticamente, associamos a temática a divisão binária do sexo pelo determinismo biológico, conceito formado socialmente e culturalmente na formação das pessoas em consequência da carência de debates/discussões e esclarecimentos do que é  gênero na formação escolar dos alunos, sendo taxado por pessoas conversadoras como uma ideologia que corrompe a moral e os bons costumes na vida dos educandos, uma  vez que, o conteúdo produzido sobre o assunto é restrito as universidades (onde é produzido grande parte desses estudos), com isso, fica evidente o quão emergente é essa temática na atual conjuntura social. Assim sendo, os professores devem levar a discussão sobre gênero para a sala de aula, pois é um assunto de significância na formação dos pequenos cidadãos.

 

Levar esse debate para a educação básica é uma situação delicada, pois como citado anteriormente existem pessoas/famílias que associam a temática com ideias distorcidas sobre o assunto em questão, sendo os próprios líderes políticos na atual dinâmica social, lamentavelmente, os principais disseminadores desses preconceitos

 

Com isso, percebemos a necessidade de abordar o assunto não apenas na História enquanto disciplina, tão pouco somente pelos professores da área, e sim nos mais amplos campos do conhecimento. Deve-se, primeiramente, quebrar o tabu de que gênero é ideologia, pois esse trata de um tema que leva os alunos/cidadãos a viver em uma sociedade menos preconceituosa e desigual, gênero não discuti somente sexualidade, como afirma Vázquez [2017]:

 

“Os Estudos de Gênero nunca tiveram como objetivo modificar a sexualidade de ninguém (...). Nunca defenderam pedofilia ou incentivaram a erotização infantil. Nunca foram “ideologia”. (...) Pesquisas sobre sexualidades existem dentro dos Estudos de Gênero, porém –e parece ser necessário repetir –não se trata de conspirar para mudar a orientação sexual de ninguém. (...). Também são temas dentro dos Estudos de Gênero: a maternidade, os sentimentos, a religiosidade, a assistência, a participação política, os racismos, as interseccionalidade se o próprio movimento feminista, isso só para citar algumas poucas áreas. Não existe ideologia de gênero! E se os Estudos de Gênero puderem impactar de forma transformadora em nossa sociedade, será na construção de um mundo mais justo e igualitário (grifo no original).” [Vázquez, 2017].

 

E o estudo de gênero não é fundamentado no sexo biológico, mas na relação de poder construído socialmente e historicamente entre as mulheres e os homens. Sendo o próprio conceito de gênero uma definição socialmente construída, fazendo com que os alunos entendam como determinadas situações de desigualdade entre ambos é imposta pela sociedade, por exemplo, a determinação de tarefas seja no trabalho ou em casa. Assim, esses “determinismos” foram concretizados, como trata Scott [1991]:

 

“O gênero se torna, aliás, uma maneira de indicar as “construções sociais”: a criação inteiramente social das ideias sobre os papéis próprios aos homens e às mulheres. É uma maneira de se referir às origens exclusivamente sociais das identidades subjetivas dos homens e das mulheres. O gênero é, segundo essa definição, uma categoria social imposta sobre o corpo sexuado.” [SCOTT, 1991, p. 3].

 

E essa questão do binarismo masculino/feminino levando em consideração o sexo biológico é um “conceito” construído historicamente, como aborda Foucault (2003) apud Sena, Castilho:

 

“O discurso só existe por que se torna prática. Faz-se necessário deixar claro que o que entendemos por tipicamente feminino e tipicamente masculino não são imagens que correspondem a qualquer valor essencial, universal e atemporal, mas a imagens construídas historicamente e que, desde a modernidade, vêm sendo profundamente alteradas graças à simulação de confusão entre fronteiras simbólicas do masculino e do feminino.” [FOUCAULT, 2003 apud SENA, CASTILHO, 2011, p.51].

 

Pois os comportamentos, ocupação de tarefas, tanto no ambiente de trabalho formal quanto em casa, são construídos através da imposição do masculino sobre o feminino, além desses, o tipo de vestimenta, as restrições de presença em determinados locais acabam por escancarar as disparidades embutidas na separação do que é pertencente ao "homem" e a "mulher". Porém estudos feitos nos últimos anos obtiveram êxito em expor essas dualidades e como modificar essas restrições, com isso, foi possível descontruir conceitos não mais aceitáveis em sociedade e ampliar a participação de todos em todos os ambientes quais quer que sejam eles. E é importante a compreensão desses processos pelos alunos, pois funciona como:

 

“Um meio de decodificar e de compreender as relações complexas entre diversas formas de interação humana” [SCOTT, 1991, p. 23]

 

Dito isso, é notável que:

 

 “nas aulas  de História  no  Ensino  Básico em relação ao estudo de gênero têm  o  papel  de:  conscientizar,  sensibilizar  e informar  alunas/os,  professoras/es,  funcionárias/os,  mães  e  pais  sobre  a necessidade urgente do trabalho com questões de gênero e diversidade na escola”.[ FERNANDES, 2020, p. 411]

 

Uma grande conquista na educação brasileira foi a implantação da lei nº 11.645, de 10 março de 2008, que obriga a inserção no ensino de história a cultura afro-brasileira, africana e   indígena, do ensino de direito das crianças; do ensino da música e o ensino da filosofia e sociologia. Assim, fica evidente que os professores da área de humanas são obrigados pela lei a trabalharem os assuntos supracitados, assim, tendo amparo legal. Mas no que diz respeito ao gênero, tema tão importante para se pensar os lugares e identidades dos alunos, a compreensão das subjetividades dos mesmos, ainda não se há nenhum vestígio de uma possível promulgação de lei que torna o estudo de gênero obrigatório no currículo escolar. 

 

Enquanto isso não acontece, a pauta sobre essa temática depende da sensibilidade dos professores de história para realizar essas discussões, levando para a escola e a sociedade de forma geral, o despertar da consciência sobre o quão importante é o tema. Realizando adaptações metodológica de comunicação e de linguagem para o ensino, no caso do referente texto os manuais de moda, causando nos alunos o encanto de aprender História, como aborda Schmidt [2003]:

 

Ensinar o aluno a adquirir as ferramentas de trabalho necessárias; o saber-fazer, o saber-fazer-bem, lançar os germes do histórico. Ele é o responsável por ensinar o aluno a captar e a valorizar a diversidade dos pontos de vista [...] Ensinar História passa a ser, então, dar condições para que o aluno possa participar do processo do fazer, do construir a História. O aluno deve entender que o conhecimento histórico não é adquirido como um dom” [SCHMIDT, 2003. In. BITTENCOURT, 2003, p. 57]

 

E através da moda podemos perceber diversos fatores, uma vez que as roupas nos permiti a revelação de costumes, práticas e histórias de uma sociedade, além de ser uma vertente que nos permite uma análise inovadora da história local, como é explicado Reis da Silva (2015):

 

O vestuário usado em uma certa ocasião permite abranger melhor a co-relação existente entre o fenômeno que é a moda e os hábitos e costumes de uma sociedade induzidos por acontecimentos políticos, econômicos e sociais. Os diferentes significados relacionados às práticas do vestuário são enquadrados histórica e socialmente de modo a relacioná-las às estruturas sociais, às mudanças de comportamentos, na política e na economia. [REIS DA SILVA, 2015, p.36].

 

Por fim, é notório a importância da escola tanto no combate à discriminação, preconceito e bullying. Pois, a partir do momento que se discute o assunto com as práticas cotidianas dentro da escola, teremos cidadãos educados na igualdade e formando uma sociedade mais igualitária, desconstruindo os preconceitos e julgamentos errôneos já estabelecidos e vigente na sociedade.

 

Considerações finais

 

Por fim, percebemos que a moda é uma forma de expressão tendo a imprensa como uma forte aliada, como as revistas e os jornais para a construção e propagação desse fenômeno característico da modernidade. Dessa forma, o texto buscamos estabelecer um diálogo educativo no âmbito do ensino de história sobre gênero através dos manuais de moda, assim como as múltiplas possibilidades do uso desses manuais para aprendizagem dos educandos e, consequentemente, a importância das vestimentas para o estudo da História, tendo em vista que esses trajes também são uma espécie de documento. A moda, muito ao contrário do que grande parte das pessoas pensam não serve apenas para estabelecer uma distinção de classe social, depois do estudo aqui realizado podemos perceber que a moda vai além das aparências, é possível notar a subjetividade das pessoas, a mesma funciona como um interlocutor entre vários assuntos da sociedade como gênero, idade, cultura e profissão.

 

Referências biográficas

 

Marta Gleiciane Rodrigues Pinheiro é graduanda em Licenciatura Plena em História, pelo Centro de Estudos Superiores de Caxias, da Universidade Estadual do Maranhão-CESC/UEMA. Membro do Grupo de Estudos de Gêneros do Maranhão- GRUGEM/UEMA e Grupo de Teatro do Centro de Estudos Superiores de Caxias – CESC – Campus /UEMA. 

 

Jakson dos Santos Ribeiro - Professor Adjunto I, Doutor em História Social da Amazônia pela Universidade Federal do Pará (2018). Mestre em História Social pela Universidade Federal do Maranhão (2014). Especialista em História do Maranhão pelo IESF (Instituto de Ensino Superior Franciscano) (2011). Graduado no Curso de Licenciatura Plena em História da Universidade Estadual do Maranhão (Centro de Estudos Superiores de Caxias-MA) (2011). Coordenador do Grupo de Estudos de Gêneros do Maranhão- GRUGEM/UEMA Coordenador do Laboratório de Teatro do Centro de Estudos Superiores de Caxias – CESC – Campus /UEMA. 

 

Referências bibliográficas

 

BLOCH, Marc. Apologia da história, ou o ofício do historiador. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2001.

 

FERNANDES, Robson Ferreira, Projeto “gênero e diversidade na escola” e o ensino de História: os cartazes como fontes para as subjetividades. In: Ensino de História e Estudos de Gênero. 1ª Ed. Rio de Janeiro/Nova Andradina: Sobre Ontens/UFMS, 2020.

 

LIPOVETSKY, Gilles. O império do efêmero: a moda e seu destino nas sociedades modernas. Tradução Maria Lucia Machado. São Paulo: Companhia das Letras, 1989.

 

Rainho, Maria do Carmo Teixeira. A cidade e a moda: novas pretensões, novas distinções – Rio de Janeiro, século XIX. Brasília: editora unb, 2002. 

 

REIS DA SILVA, Ludéllen. Do espartilho à minissaia jeans: reflexos da emancipação feminina na moda vestimentária da mulher caxiense (1980-1990). Caxias - MA: CESC/UEMA, 2015. 122f.

 

REIS, José Carlos. A escola metódica, dita “positivista”. p: 11 – 26. In. A História, entre a Filosofia e a Ciência. São Paulo. Editora: Ática S.A. 1996.

 

RÜSEN, 2010 apud ESTACHESKI, Dulceli de L. Tonet; ZARBATO, Jaqueline Ap. M. ENSINO DE HISTÓRIA: ESTUDOS DE GÊNERO. In: Ensino de História e Estudos de Gênero. 1ª Ed. Rio de Janeiro/Nova Andradina: Sobre Ontens/UFMS, 2020.

 

SCHMIDT, Maria Auxiliadora; GARCIA; Tânia Maria F. Braga. A Formação da consciência histórica de Alunos e professores e o cotidiano em aulas de História. 2002.

 

SCHMIDT, Maria Auxiliadora. A formação do professor de História e o cotidiano da sala de aula.  In.  BITTENCOURT, Circe.  (Org.). O saber histórico na sala de aula. 8ª Edição. São Paulo: Contexto, 2003.

 

SENA, Taísa Vieira; CASTILHO, Kathia. Moda e masculinidade: Breves apontamentos sobre o Homem dos séculos XX e XXI. 2011.

 

VÁZQUEZ, Georgiane Garabel Heil. Gênero não é ideologia: explicando os Estudos de Gênero (Artigo) in: Café História –história feita com cliques. Apud Educação e divulgação científica: um debate a partir dos Estudos De Gênero. Georgiane Garabely Heil Vázquez. In: Ensino de História e Estudos de Gênero. 1ª Ed. Rio de Janeiro/Nova Andradina: Sobre Ontens/UFMS, 2020.


17 comentários:

  1. De acordo com o texto e com as análises da pesquisa, como era a moda de Caxias na 1 república? E como era diferenciada a moda e as classes sociais da cidade, tendo em vista que a moda dizia muito sobre qual classe determinada pessoa fazia parte.

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    1. Olá, boa tarde!
      Agradeço imensamente a leitura do nosso texto, pois bem, uma vez que a pesquisa busca apresentar aspectos relevantes estabelecidos na relação entre o consumo de moda e a formação da identidade masculina na sociedade caxiense no contexto da Primeira República, principalmente através da influência dos anúncios publicitários, a moda na cidade de Caxias era de aspecto europeu, devido a influencia da Belle époque, os homens dos segmentos abastados se vestiam de modo elegante, trajando paletó, chapéus, bengala, cabelo bem penteando e barba bem-feita, também eram considerados pontos importantes. Enquanto os segmentos populares ficavam com consumo de reprodução, uma vez que não detinham de capital.

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    2. Muito bom 👏🏻👏🏻👏🏻

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  2. Olá! Muito intrigante sua perspectiva para o ensino, parabéns. Diante do cenário educacional brasileiro como você pensa a introdução dos estudos de gênero e moda em sala para a perspectiva do ensino de História?

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  3. Olá
    Boa tarde
    Agradecemos a leitura do nosso trabalho.
    Essas temáticas envolvem a escola de modo geral incluindo os gestores, coordenadores, professores, merendeiras, zeladores e vigias, dado que a comunidade escolar tem papel primordial na formação da identidade das criança e adolescentes, assim, formando alunos/cidadãos críticos e com consciência da importância da diversidade e pluralidade de identidades, penso essa inserção através de projetos desenvolvidos pela comunidade escolar e discussões no âmbito acadêmico tomando como objeto de estudo os alunos e o público em geral. Fomentando a participação de todos nas discussões e projetos oriundo das academias.
    Por exemplo, em uma aula de História ao trabalhar a industrialização no Brasil durante a Primeira Republica, a professora (o), pode empregar esses manuais e/ou jornais para demonstrar essa modernização na Princesa do Sertão, através da vestimenta, pois, a partir da industrialização na figura das fabricas têxteis, as mudanças na sociedade caxiense foram latentes no aspecto econômico e social. Com a produção de tecidos surgiram muitas lojas de roupas, como podemos observar nos anúncios dos jornais da época. As roupas feitas nessas lojas estavam reproduzindo os modelos europeus pois com o aumento do capital econômico das elites as roupas tinham uma representação de diferencial social.

    Como proposta didática os alunos poderão ser divididos em grupos, farão a leitura e analise dos jornais e revistas, posteriormente, irão elaborar figurinos baseados nos observados periódicos. Nesse sentido, deverão estabelecer qual era o papel social das roupas para além do vestir. Identificar quais grupos eram comtemplados para usarem dessas roupas e ao final, farão uma socialização dos modelos em forma de desfile entre os alunos, assim sendo, fomentando a introdução de discussões emergentes a formação de alunos críticos e cidadãos. Despertando o interesse pela história local, trabalho com novas fontes, levando discussões que outrora estavam restritas ao ambiente acadêmico e aurora devem estar incorporadas no dia-a-dia dos educandos.

    Vale ressaltar que o professor (a) poderá relacionar o estudo gênero, elucidando o binarismo do que era roupa de "homem" e de "mulher" e como isso pode ser identificado como relação de poder e dominação, explicando que gênero não está descrito no sexo biológico, e sim trata-se de construções sociais.

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  4. Primeiramente, gostaria de parabenizar os autores pelo belo texto. Em segundo, gostaria de fazer a minha pergunta: vocês creem que a utilização de revistas do passado seriam uma boa forma de exemplificar para os alunos sobre a sexualização da mulher? Pois enquanto a moda para os homens é em geral para o uso prático, a das mulheres é elaborada de forma a torná-la sensual e não confortável.

    Amanda da Silva Neto

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  5. Olá Amanda, boa tarde 🥰

    Agradecida pelas considerações🥰
    Sim os jornais que circulavam em Caxias são importantes para compreender como a mulher era vista, mas sobretudo seu comportamento perante a sociedade, como devia comportar-se, enquanto sujeito mulher e esposa. E a moda é um fator de expressão tendo a imprensa como uma forte aliada principalmente as revistas e jornais para a construção e propagação dos papéis de gênero socialmente marcados.
    Esses jornais podem fazer os educandos a compreender, tanto a formação da figura feminina na construção das sociedades que passou a assumir um status de “inferioridade”, sendo o mesmo imaginado e representado pelos homens cuja construção impôs as mulheres o padrão que elas deveriam seguir como mulher, pautado na submissão. E do homem, impondo que deveria ser viril. Durante a pesquisa não identifiquei ( no recorte que pesquiso) nos jornais ou revistas imagens ou discursos que mostrassem a mulher sensual ou algo do tipo.

    Espero ter respondido 💞

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  6. Boa noite, gostaria de parabenizar os autores, excelente pesquisa.

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  7. Olá, boa tarde. Como, exatamente, pode-se compreender a sociedade republicana caxiense através da moda?

    Jucivan Carlos Sousa de Oliveira.

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    1. Olá, Bom dia.
      As roupas, tal como as demais fontes históricas, nos contam histórias, nos revelam costumes, práticas e histórias de vida, visto que esses objetos são fontes e consequentemente passam a ser uma espécie de documento, uma vez que documento é tudo aquilo que registra e apresenta informações ao pesquisador sobre o objeto estudado seja qual for o estado físico em que se encontra, tal concepção foi estabelecida com o surgimento da Escola dos Annalles, essa concepção nos levou a estudar as roupas, e através delas possibilitando-nos de chegar não só a conhecer uma época estabelecida como também a desvendar as práticas culturais de um determinado grupo social, de modo especifico dos homens republicanos e a construção da masculinidade propiciada pela elegância. Ou seja, moda e a elegância foram fatores essenciais na construção da imagem dos homens republicanos dos segmentos abastados. A influencia europeia era predominante na Primeira República, e quem usa usava as roupas segundo os padrões não era considerado homem, pois a roupa já dizia muito sobre eles.

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  8. Olá, percebo que em algumas unidades escolares, é proibido às meninas de frequentarem as aulas de calça legging, a gestão escolar considera que este tipo de vestimenta "marca" o corpo das meninas e como tal, o que pode levar a erotização do mesmo. Porém, aos meninos é dado o direito de irem de bermudas. Tais questionamentos são feitos pelas próprias alunas, considerando que a um machismo velado neste sentido. Diante você percebe é uma questão relevante no debate de gênero e direito, qual sua posição acerca de atitudes como está?

    Lidiane Álvares Mendes
    Mestra em História/UFAM

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    1. Olá, bom dia Lidiane.
      Pois bem, a escola está dizendo para as alunas que seus corpos precisam ser escondidos, por outro lado, que os alunos não conseguem respeitar as alunas, uma situação triste, pois a escola deveria ser um espaço de igualdade, mas acaba por reforçar essa ideia arcaica que deprecia ambos os sexos. Percebemos a necessidade latente sobre gênero, tanto com os alunxs e principalmente com os gestores e professores.Minha posição é de revolta e tristeza, pois em pleno século 21, as pessoas ainda não perceberam a importância da igualdade entre homem e mulher,e deixar de lado essa marcação de gêner.

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  9. Olá, percebo que em algumas unidades escolares, é proibido às meninas de frequentarem as aulas de calça legging, a gestão escolar considera que este tipo de vestimenta "marca" o corpo das meninas e como tal, o que pode levar a erotização do mesmo. Porém, aos meninos é dado o direito de irem de bermudas. Tais questionamentos são feitos pelas próprias alunas, considerando que a um machismo velado neste sentido. Diante você percebe é uma questão relevante no debate de gênero e direito, qual sua posição acerca de atitudes como está?

    Lidiane Álvares Mendes
    Mestra em História/UFAM

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