Krishna Luchetti

A LITERATURA DE FRANCISCO J.C. DANTAS COMO RECURSO DIDÁTICO NO ENSINO DA HISTÓRIA: TRABALHANDO AS RELAÇÕES DE GÊNERO NA PRIMEIRA METADE DO SÉCULO XX

 

Este trabalho tem por objetivo propor uma sequência didática mobilizando as obras literárias de Francisco José Costa Dantas, “Coivara da Memória” (1991), “Os desvalidos” (1993) e “Cartilha do Silêncio” (1997), como fonte para estudar as relações de gênero no Brasil do início do século XX. Uma vez que esse autor recria em suas narrativas o Sergipe da primeira metade dos anos 1900, partindo muitas vezes da própria memória. Dessa forma, vê-se as tensões entre gêneros, assim como o papel que se esperava que homens e mulheres do interior do Nordeste assumissem naquela sociedade. Vale lembrar, que aqui vejo o Nordeste enquanto uma construção histórica, sociocultural e política, tal como indicou Durval Muniz de Albuquerque Júnior, em “A invenção do Nordeste”.

 

Sendo assim, para dar início a esta reflexão, lhes apresento Francisco Dantas, como um homem que nasceu em Riachão do Dantas, interior do estado de Sergipe, no ano de 1941. Dantas, cresceu nas fazendas de seus familiares, muito próximo do avô materno que lhe serviu de inspiração para muitas de suas obras literárias (DANTAS, 2013, p.194). Aos 30 anos, nosso autor cursou Letras-Português na Universidade Federal de Sergipe, e seguiu sua formação acadêmica até o doutoramento. Foi professor de Literatura na UFS, e como escritor já publicou seis livros de literatura (TIBÉRIO, 2011, p.19). 

 

Nas narrativas de Dantas veremos as experiências dessas mulheres oníricas, forjadas na literatura, em meio a uma sociedade profundamente machista. O que se esperava dessas mulheres nordestinas do início do século XX, era a submissão. “Pois o silêncio era ao mesmo tempo disciplina do mundo, das famílias e dos corpos [...] O pudor é sua virtude, o silêncio sua honra, a ponto de se tornar sua segunda natureza. A impossibilidade de falar de si mesma acaba por abolir seu próprio ser, ou ao menos, o que se pode saber dele.” (PERROT, 1988, p.10). Ou seja, esperavam que essas fossem subservientes aos homens, um apoio ao qual eles pudessem contar. Em “Coivara da Memória”, “Cartilha do Silêncio” e “Os desvalidos”, veremos tanto essas mulheres silenciadas, dependentes de seus maridos, quanto aquelas que desafiam a ordem social, e são tachadas de loucas, indecentes etc.

 

Usando um documento literário enquanto fonte e recurso didático, levo em consideração que “Existe o problema de escolher documentos que sejam atrativos e não oponham muitos obstáculos para serem compreendidos, tais como vocabulários complexos (textos escritos em outras épocas usam termos desconhecidos na atualidade), grande extensão, considerando o tempo pedagógico das aulas (...) e a inadequação à idade dos alunos.” (BITTENCOURT, 2011, p. 330). Portanto, pretendo articular essa proposta didática para os alunos dos últimos anos do Ensino Médio, ou para todo o Ensino Médio da Educação de Jovens e Adultos.

 

Os livros literários serão trabalhados em recortes, vide o “tempo pedagógico” limitado das aulas de História destinadas a esse nível de ensino. Nesta proposta, trabalharei justamente com os trechos selecionados para elaborar uma reflexão histórica sobre as questões de gênero no início do século XX. Dessa forma, também pretendo instigar o alunado a se interessar pela literatura de um autor brasileiro e nordestino, a fim de estimulá-los a valorizar a arte produzida em nosso país. Portanto, também irei levar em consideração na construção desse trabalho, que “Os estudos de textos literários têm assim como objetivo não apenas desenvolver “o gosto pela leitura” entre os alunos, mas também fornecer condições de análises mais profundas para o estabelecimento de relações entre conteúdo de forma.” (BITTENCOURT, 2011, p. 340).

 

Dado que, alguns temas podem parecer inadequados para alunos de uma faixa etária mais jovem, visto o conteúdo mais “adulto” presente nas obras, foram escolhidos os últimos anos do Ensino Médio regular, ou o Ensino Médio da EJA. Seja devido a violência de algumas cenas, ou as referências a relações sexuais entre os personagens nas obras. Além desses aspectos, é preciso levar em consideração o linguajar da narrativa, que pode apresentar difícil compreensão para leitores mais jovens, assim como para aqueles de outras regiões para além do Nordeste brasileiro. Esse “sotaque” sergipano, apesar de apresentar um possível entrave aqueles que não estão habituados com o falar da região, pode ao mesmo tempo, proporcionar um debate muito interessante acerca dos “vários falares” do Brasil.

 

Dessa forma, além de despertar um debate acerca da questão de gênero, essas narrativas literárias também poderão incentivar um trabalho interdisciplinar com as disciplinas de Português (com relação a forma de escrita da obra) e de Literatura (trabalhando o regionalismo, por exemplo). Afinal, “Romances, poemas, contos são textos que contribuem, pela sua própria natureza, para trabalhos interdisciplinares.” (BITTENCOURT, 2011, p. 338). Visto que, o próprio tema das relações de gênero constitui um tema transversal entre as disciplinas escolares, segundo os Parâmetros Curriculares Nacionais. Portanto, “O trabalho articulado de maneira transversal faz com que as atitudes desenvolvidas em diferentes atividades sejam complementares entre as áreas. Os temas transversais como questões sociais urgentes são norteados pela construção da cidadania e pela democracia.” (LIMA; AZEVEDO, 2013, p. 137).

 

Isto posto, vamos trabalhar tanto a forma com que foi escrita a narrativa, ao elaborar uma relação interdisciplinar com a matéria de Português. Assim como vamos trabalhar com o seu conteúdo, no que concerne das relações de gênero. Para tanto, “É master trabalhar na perspectiva problematizadora, com metodologias congruentes, apropriadas em relação à construção do conhecimento histórico, tanto no horizonte da pesquisa científica, quando no âmbito do saber escolar. Desafiar constantemente é uma das características do ato de educar; do contrário, contribui-se para o obscurantismo, para o “silenciar” de consciências.” (ECCO, 2007, p. 129).

 

Portanto, durante toda a sequência didática proposta para análise de “Coivara da Memória”, “Os Desvalidos” e “Cartilha do Silêncio” nas aulas de História, será recomendada uma dinâmica em que os próprios alunos irão analisar esse recurso didático e irão elaborar pontos para explicar aos seus colegas o “porquê” aquele trecho diz respeito, ou não, a uma questão de gênero. Sendo assim, um trecho de cada obra será entregue a um grupo de alunos, entre quatro e a seis pessoas por equipe, e eles colaborando juntos irão dividir suas informações com os demais grupos.

 

Dos alunos será exigido que abordem alguns pontos, como por exemplo, um resumo da situação tratada no trecho selecionado, qual o recorte espacial e temporal que eles supõem (baseados nas narrativas, nas aulas e no livro didático) que se passam na obra, e afins. Acredito que durante a dinâmica seja importante que o professor lembre ao alunado que se trata de uma obra literária, ou seja, da construção de um autor, e não necessariamente do “real”. Mas que apesar disso, “As relações entre espaço e literatura, mapeamento e escrita, e descrição e narração são tão complexas e numerosas quanto interessantes.” (TALLY, 2019, p. 63).

 

Além de ter como ponto de partida o conhecimento dos próprios alunos acerca do tema sobre relações de gênero, irei trazer para sala de aula o livreto “Sejamos todos feministas” de Chimamanda Ngozi Adichie. Essa autora nigeriana trabalha justamente com as relações de gênero e machismos que vivenciou em seu dia a dia, e traz alternativas para que sejamos, literalmente, todos feministas, a fim de findar as diferenças gritantes entre os gêneros, assim como a violência e subordinação intrincadas nessa relação. Dessa forma, irei mobilizar essa autora, que trás uma linguagem simples para estimular a turma a pensar sobre o assunto.

 

Também proponho a discussão de trechos da obra “As mulheres ou os silêncios da História” de Michelle Perrot, na qual a autora denota justamente o silenciamento das mulheres na sociedade. Ela também discute as violências sofridas por esse gênero, as desigualdades diárias e assim por diante, no contexto histórico europeu.

 

Assim, com base primeiramente nos conhecimentos prévios dos alunos, as discussões em sala de aula, e os livros de Adichie e Perrot, darei ao aluno “a possibilidade de efetivar suas próprias idéias sobre os fenômenos e objetos do mundo social, em vez de ser um mero receptor passivo das informações do professor.” (SCHMIDT, 2004, p. 62). Ou seja, será proposta uma atuação ativa dos estudantes, provocados durante toda a atividade, e as aulas anteriores e posteriores a tal sequência didática, a pensarem as implicações das relações de gênero hoje e no passado.

 

Portanto, indico que nas aulas que antecedam a dinâmica com o uso da literatura de Dantas, sejam debatidas de forma contundente as questões de gênero ao longo dos próprios conteúdos, deixando os alunos familiarizados com o tema. A título de exemplo, o professor poderia trabalhar a participação das mulheres na vida política na Primeira República, visto que esse é o recorte temporal abordado nas aulas aqui propostas. Ou ainda, usar dos livros de Perrot e Adichie para abordar e refletir sobre os tipos de subordinações forçadas em que as mulheres do período estudado eram submetidas.

 

No dia de início da atividade, é importante que o professor resuma oralmente, ou até por meio de apresentações de slides, em diálogo com os alunos, as obras que eles lerão os trechos. Pois, os mesmos deverão ser contextualizados daquilo com que irão trabalhar. Também considero pertinente que o docente elabore uma ligação entre a literatura escolhida, o período histórico trabalhado e o tema que será desenvolvido na sequência didática acerca das relações de gênero.

 

Logo, explicada a proposta de dinâmica, irei simular a mesma por meio deste trabalho, para torná-la ainda mais viável de prática no âmbito escolar. Para começar, lhes apresentarei possíveis trechos das obras que podem ser usados em sala de aula, em um dos possíveis grupos de trabalho.

 

Como primeiro, selecionei a seguinte passagem de “Coivara da Memória”, essa obra trata de um escrivão que foi preso no próprio cartório acusado de assassinar um dos poderosos coronéis da região. A narrativa se passa no estado de Sergipe, nos primeiros anos do século XX. Nosso narrador personagem falando sobre o avô, que era um senhor de engenho, destaca que: Enquanto isso, suas irmãs vivem a ciscar no borralho doméstico, entorpecidas pelos servicinhos miúdos – sem falas, coitadas! – buscando consolo em missas e novenas, nas procissões e penitências. Se casam, se tornam para sempre senhoras, cativas de garanhões e tamancudos; se ficam solteiras, que nem tia Justina, coíbem o corpo a ferro e fogo [...] É toda uma estirpe de fêmeas caladas, que a tudo renunciam com medo de viver, de antemão resignadas porque lhe inculcaram o costume de não se meter em conversa nem segredo de homem, proibidas de saber e perguntar.” (DANTAS, 2001, p. 106-107).

 

Supondo que um grupo pegou esse trecho, os alunos iriam ler, e discutir entre eles a situação narrada pelo narrador literário, tentando ligá-lo as discussões prévias em sala de aula acerca da temática, assim como suas leituras. Lhe serão dados trinta minutos para ler, analisar e pontuar os aspectos demandados: se o trecho trata de uma relação de gênero; que tipo de relação é essa; como a mulher aparece no texto; qual o período em que se ambienta a narrativa; qual o espaço em que se dá essa situação. Para posteriormente apresentar aos demais colegas suas percepções acerca da passagem do livro.

 

Tal atividade iria se repetir também com o seguinte trecho da obra “Os Desvalidos”, na qual trata da profunda violência vivenciada na década de 1920. Nesse ponto, deve-se alertar a turma do conteúdo sensível, e novamente os lembro de só realizar essa sequência didática, com alunos mais velhos, de 17 anos em diante. “Os desvalidos”, conta a história de Coriolano, que relembra o passado com o amado tio Filipe, seu amigo Zerramo e outros personagens que compõem sua vivência no sertão sergipano. Ao mesmo tempo que também são narradas as memórias de Lampião e seu bando, e as diversas violências que permeia a vida desses personagens desvalidos.

 

O narrador nos conta que “Arrebatado do punhal de Lampião pelo amor de Maria Melona [ela foi membro do bando de Lampião, mas por amor salvou a vida de Filipe do próprio capitão], no dia seguinte já em terras da Bahia, Filipe caiu na mão da força volante [os homens que caçavam Lampião e o cangaço], que o amarrou a nó-de-porco a dois passos da mulher desarvorada, que a gritos, coices e dentadas, serviu de pasto a todo um batalhão, estuprada ante seus olhos vidrados, para depois ser retalhada a facadas, oferecida de bandeja aos urubus. Logo ela, a criatura mais direita e mais honrada desde mundo!” (DANTAS, 1993, p. 216).

 

Tal trecho serve apenas como uma sugestão, assim como os demais apresentados nesse artigo para se trabalhar as obras de Francisco Dantas em sala de aula. Fiz essa escolha, justamente para denotar os sofrimentos vivenciados pelas mulheres naquela sociedade e naquele período. E o caso da personagem Maria Melona me parece emblemático, ela casou-se com Filipe antes da tragédia acima. Porém, Coriolano, acabou por espalhar boatos, falsos, de que Maria estivesse traindo Filipe, e por isso ela acabou sendo expulsa de casa e como única opção se juntou ao bando de Lampião. Por fim, em um último sacrifício pelo amado marido, Maria o salva da fúria de Lampião, e acaba tendo este final no mínimo trágico.

 

Por fim, será proposta a análise de um trecho da obra “Cartilha do Silêncio”, nessa são contadas as histórias de diversos personagens da família Barroso e de seu empregado Mané Piaba, todos residentes de Aracaju. A história começa em 1915 e alonga-se até a década de 1970, perpassando diversos narradores diferentes, como dona Senhora, Arcanja (cunhada e sobrinha de dona Senhora), Remígio (filho de Arcanja com Cassiano, esse último filho de dona Senhora), Mané Piaba (empregado da família desde a geração de dona Senhora) e por fim Cassiano Barroso (pai de Remígio, viúvo de Arcanja, empregado de Mané Piaba e filho de dona Senhora).

 

Dessa forma, proponho a análise do seguinte trecho, no qual Cassiano comenta sua má relação com o filho, e atribui a isso a morte de Arcanja; “[Remígio] cobra que ele fora negligente por não ter agido com mais urgência afanosa e mais teimoso rigor em benefício de sua cura. Se é assim, lá se vai um argumento irresponsável: como podia ele passar na frente se Arcanja era o pivô no comando dele mesmo, e do filho, regulando o sobrado [casa na cidade] e a Varginha [fazenda da família], quanto mais perante a si mesma? Se eu metesse os tampos pra lhe levar a um sanatório de fora, então não era Arcanja quem ia se conformar! Partisse desta boca a opinião mais fundamentada e carteira – no entendimento da mulher, virava alvitre defeituoso e não servia pra nada. Arcanja desabonava todas as empreitadas em que eu tomava a dianteira; só aceitava decisões calçada nas razões que ela mesmo aduzia.” (DANTAS, 1997, p. 320).

 

Usando esses três trechos de base, pode ser feito um rico debate acerca das questões de gênero, seja por parte da desigualdade, ou violência sofrida pelas mulheres, e as posições por elas esperadas pela sociedade. Ou ainda, pelas formas como elas resistem a esse tipo de opressão. Por fim, para finalizar a sequência didática, proponho que o professor peça aos alunos para escreverem os pontos que discutiram entre os grupos e acrescentarem se eles conseguem ligar o que analisaram na obra literária com suas experiências no presente.

 

Assim, cada grupo teria 30 minutos para analisar cada um desses pequenos trechos e responder aos pontos demandados, totalizando uma hora e meia para tal atividade. Se seguindo a isso, seria realizado um breve debate acerca das impressões de cada grupo acerca dos documentos analisados, e como eles identificaram as questões provocadas pelo professor. Por fim, será entregue ao docente em forma de tópico ou um pequeno texto, as impressões de cada grupo. Para avaliação da atividade, sugiro ao professor perceber tanto o empenho do alunado no debate e análise das fontes, quanto na elaboração dos tópicos.

 

A partir desde trabalho espero ter conseguido instigar meus pares a fazer uso da literatura forjada por Francisco Dantas em suas aulas de História, ou até de outras áreas. Afinal, buscando dar uma formação crítica em que os alunos possam analisar e elaborar conhecimentos a partir de fontes, tenho em mente que “A escolha dos materiais depende, portanto, de nossas concepções sobre o conhecimento, de como o aluno vai apreendê-lo e do tipo de formação que lhe estamos oferecendo.” (BITTENCOURT, 2004, p. 299). Portanto, o trabalho com essa fonte literária buscou servir aos objetivos de discutir com afinco e sensibilidade as questões relativas às desigualdades de gênero. 

 

Referências biográficas:

 

Mestranda no Programa de Pós Graduação em História e Espaços da UFRN. Graduada em História Licenciatura pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Desenvolveu pesquisa sobre Historiografia do IHGRN e trabalha com a criação do espaço de memória da obra literária de Francisco J.C. Dantas. Integra o Grupo de Pesquisa Teoria da História, Historiografia e História dos Espaços. 

 

Referências bibliográficas:

 

ADICHIE, Chimamanda Ngozi. Sejamos todos feministas. São Paulo: Companhia das Letras, 2015.

 

ALBUQUERQUE JR. Durval Muniz. A invenção do Nordeste e outras artes. São Paulo: Cortez, 2011.

 

BITTENCOURT, Circe Maria Fernandes. Ensino de História: fundamentos e métodos. 4.ed. São Paulo: Cortez, 2011.

 

DANTAS, Francisco J.C. Cartilha do Silêncio. São Paulo: Companhia das Letras, 1997.

 

DANTAS, Francisco. Coivara da memória. São Paulo: Estação Liberdade, 2001.

 

DANTAS, Francisco J.C. Os desvalidos. São Paulo: Companhia das Letras, 1993.

 

DANTAS, Ibarê. Memórias de família: o percurso de quatro fazendeiros. Aracaju-Se. Criação, 2013.

 

ECCO, Idanir. O ensino de História: evidências e tendências atuais. Revista Ciências Humanas, v.8, n.10, p.123-141, 2007.

 

LIMA, Aline Cristina da Silva. AZEVEDO, Crislane Barbosa de. A interdisciplinaridade no Brasil e o Ensino de História: um diálogo possível. Revista Educação e Linguagens, Campo Mourão, v.2, n.3, jul./dez. 2013.

 

PARÂMETROS CURRICULARES NACIONAIS - Ensino Médio. Disponível em <http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/cienciah.pdf> Acessado em 06 de março de 2021.

 

PERROT, Michelle. As mulheres ou os silêncios da história. Bauru, São Paulo: EDUSC, 1988.

 

SCHMIDT, Maria Auxiliadora. CAINELLI, Marlene. Ensinar História. São Paulo: Scipione, 2004.

 

TALLY JR. Robert T. Topophrenia: Place, Narrativa, and the Spatial Imagination. Indiana: Indiana University Press, 2019. 

 

TIBÉRIO, Fabiana Francisco. Linguagem, estruturação literária e cosmovisão em Francisco J.C. Dantas. Dissertação (mestrado em Letras). Universidade Estadual de Londrina, Londrina, 2011.

10 comentários:

  1. Bom dia, Krishna
    Gostei muito de ler seu trabalho. Está bem escrito e didático.
    No seu texto você apresenta de forma clara recursos literários para que os docentes possam trabalhar em salas de aula. A literatura e a história possuem uma relação íntima seja no contexto histórico, social, na educação enfim. Dessa forma, além de você propor uma reflexão sobre as relações de gênero na primeira metade do século XX por meio da literatura de Francisco J. C. Dantas como você enxergar a literatura de exposição, de combate que ele apresenta nos dias de hoje? Daria para apontar as mudanças e as semelhanças dessas relações de gênero em contextos histórico diferentes (primeira metade do século XX e no século XXI)?
    Rannyelle Rocha Teixeira - UFRN

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Boa noite Rannyele! Muito obrigada!
      Acredito que a literatura dele se enquadre como uma literatura de resistência, tanto no que concerne as relações de gênero, quanto ao que diz respeito as classes sociais por exemplo. Mulheres, e pessoas desvalidas, são retratadas nas obras como sujeitos que buscam sobreviver mesmo diante dos mais nefastos desafios.
      Acredito que se possa fazer uma ponte com o presente, por exemplo, trazer uma problemática atual para trabalhar com o contexto histórico proposto pela obra. E dessa forma, comparar as mudanças e continuidades entre a primeira metade do século XX, e o século XXI! É uma ótima sugestão, obrigada.
      Krishna Luchetti - UFRN

      Excluir
  2. Clivya da Silveira Nobre27 de maio de 2021 às 11:21

    Olá, Krishna, parabéns pelo seu texto! Didático e de leitura muito agradável.

    O diálogo entre as disciplinas de História e Literatura no ensino básico é um importante elemento para o estímulo a leitura e o uso de obras publicadas fora das regiões Sul e Sudeste é um importante passo para uma maior divulgação da literatura brasileira como um todo. Sobre a sequência didática, tenho duas questões:

    - Considerando que no Ensino Médio os exames de seleção para entrada nas universidades, como o Enem, são alvo de grande parte das preocupações do alunado e demanda nos planejamentos dos professores, e que a produção de texto dissertativo-argumentativo é importante fator para uma boa colocação nesses exames, que possibilidades de trabalho com esse modelo de produção de texto podem ser incluídas dentro da proposta dessa sequência didática?

    - Mesmo entendendo que a temática “relações de gênero” é importante tema transversal, muitas escolas cobram que os professores associem diretamente cada proposta de aula com algum conteúdo programático (ex. Brasil Colônia, História Moderna) tradicionalmente indicado para a série/ano de cada turma. Que conteúdos você considera que melhor dialogam com a proposta desta sequência didática?

    Mais uma vez te parabenizo por sua pesquisa e por seus frutos.

    Abraço!

    Clivya da Silveira Nobre

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Boa tarde Clivya! E muito obrigada.
      Quanto a primeira questão acredito que se a proposta conseguir abranger outras disciplinas, como de Redação, Língua Portuguesa e de Literatura, seria perfeitamente viável propor a produção de um texto dissertativo-argumentativo. Porém, acredito que sem esse diálogo seria algo complexo de se propor, visto que alguns alunos não conhecem as regras do gênero. Todavia, acredito que eu investigaria as carências do alunado, e se caso fosse necessário iria elaborar uma discussão sobre este gênero textual, afim de contribuir para sua formação e um bom preparo para o ENEM.
      No que concerne a segunda pergunta, acredito que seja o conteúdo relacionado a Primeira República no Brasil! Pois é o recorte temporal e espacial abordado nas obras!
      Muito obrigada! Tenha uma gloriosa semana!
      Abraços!
      Krishna Luchetti

      Excluir
  3. Olá Krishna, parabéns pelo seu texto e pela sua pesquisa bastante instigante. De fato estabelecer um diálogo entre literatura e história é um caminho muito profícuo no processo de aprendizagem no ensino de história. Gostaria de saber como você acha possível estabelecer essa relação tendo em vista autores e obras literárias que muitas vezes mostram-se tão difíceis de serem compreendidas pelos alunos? Como facilitar essa compreensão?
    Parabéns mais uma vez pelo belo trabalho.

    Gerlane do Nascimento Mendes

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Obrigada Gerlane!
      No caso da compreensão dos alunos para com a literatura de Francisco Dantas, é importante o professor participar ativamente desse processo, estar disposto a "traduzir" alguns termos que o estudantes possam ter alguma dificuldade. Acredito que um trabalho conjunto vai facilitar muito esse entendimento.
      Muito obrigada novamente!
      Tenha uma gloriosa semana!
      Krishna Luchetti

      Excluir
  4. Este comentário foi removido pelo autor.

    ResponderExcluir
  5. Olá, Krishna Luchetti. Parabéns pelo texto!


    Gostei muito da proposta especialmente pelo tema e por você ter sugerido a EJA como um dos públicos a qual poderia se aplicar. Acredito que sequências didáticas para tal modalidade de ensino é muito pertinente tanto para colaborar com a atuação dos colegas que atuam com tal público quanto também para pensar em formas de ensino significativas para tal modalidade.

    Você acha que levar outros trechos de literatura de outras temporalidades e até mesmo de mulheres para dialogar com os escritos de Francisco Dantas enriqueceria a proposta de trabalhar gênero? Seria possível?


    Abraços
    Benigna Ingred Aurelia Bezerril

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Obrigada Ingred!
      Acredito que é uma ótima ideia mobilizar literaturas de outras temporalidades, como de autoras como Maria Firmina dos Reis, para trabalhar essas questões em sala de aula! Talvez, com uma conversa com professores de Literatura/Língua Portuguesa, para trabalhar as duas obras sob óticas diversas, problematizando a questão do gênero!
      Abraços, tenha uma gloriosa semana!
      Krishna Luchetti

      Excluir
  6. Este comentário foi removido pelo autor.

    ResponderExcluir

Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.