Beatriz Rodrigues e Flávia Mantovani

ENSINO DE HISTÓRIA, GÊNERO E HISTORICIDADE: UM OLHAR A PARTIR DE REVISTAS FEMININAS

  

A emergência do gênero e o Ensino de História

 

Afora a considerável relevância, pensar a História pela abordagem de gênero têm se tornado tema cada vez mais urgente.  Nas últimas décadas do século XX, assistimos a emergência do gênero nas Ciências Humanas, não sem embates e tensões teóricas. Nos últimos anos, essas (in)tensas discussões seguem na ordem do dia, caracterizando disputas políticas dentro e fora dos meios acadêmicos. 

 

Para legitimar a imprescindibilidade desse tipo de trabalho, podemos mencionar situações e casos ocorridos recentemente - e que parecem chegar todos os dias - envolvendo a presença do gênero em perspectiva, tais como: os ataques a filósofa Judith Butler na ocasião de sua vinda ao Brasil em 2017; as estatísticas de feminicídio que cresceram durante a pandemia, segundo relatório produzido pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP) divulgado em junho/2020; ou ainda, a retirada de Dilma Rousseff, primeira presidenta eleita no Brasil, do poder.  É válido mencionar também, que vem crescendo a reação de setores sociais conservadores ao trabalho com essas temáticas na educação a partir do que é denominado de maneira pejorativa de “Ideologia de gênero”.  

 

Sem a intenção de adentrar as minúcias do debate teórico que forjou esta categoria analítica nas Ciências Humanas, podemos situar a década de 1990 como importante para a emergência do conceito, herdeiro de uma presença das mulheres nas universidades e de epistemologias feministas elaboradas em diversas áreas. No campo da História, pelo menos desde a década de 1970, se formula o que viria a denominar-se uma História da Mulheres que questionava, em termos teóricos, a ausência de mulheres nas narrativas oficiais. Daí a importância de se pensar o gênero na interrogação do passado, questionando o sujeito universal e a narrativa histórica colocada, antes, pelos estudos que focalizavam a mulher como tema. De maneira geral, recusava-se a universalização a partir do que era masculino.

 

Dito de outra forma, parte de historiadoras, tanto na França quanto na Inglaterra e América do Norte, a exemplo de Michele Perrot com seu curso “As mulheres têm uma História?”, uma indagação do “homem universal”, que escreve a história sem visibilizar as mulheres no relato. (PERROT, 2017).  Algumas perspectivas de gênero foram aproximadas do campo da História por Joan Scott em seu texto “Gênero: uma categoria útil de análise histórica, em 1990. Em trabalho seminal, a autora busca elaborar um uso da categoria analítica gênero na pesquisa histórica, tendo em vista que gênero na década de 1980 – artigo “Gender: a useful category of Historical Analysis” é publicado originalmente na American Historical Review em 1986; uma primeira tradução para o português é de 1990, da versão em francês; a segunda, de 1995, revista com o original em inglês, ambas traduções de Guacira Lopes Louro publicadas na revista Educação&Realidade. Grosso modo, em que pesem as divergências em torno do conceito, os argumentos têm por objetivo desnaturalizar noções e modos de ser atribuídos ao feminino e ao masculino, isto é, recusar o determinismo biológico para argumentar que tais identidades são construções históricas ou culturaisImpõe-se a distinção do sexo – biológico e anatômico – e a identidade de gênero. 

 

No que diz respeito a educação, Tomas Tadeu da Silva aponta para os debates de uma pedagogia feminista e a incorporação do gênero.  Uma crescente teoria feminista elabora uma crítica ao currículo preocupada com papel de gênero na produção da desigualdade. O feminismo questiona a aparente neutralidade, em termos de gênero, do mundo social. Na análise feminista, a ciência é masculina e supõe uma separação entre sujeito e objeto, dominação e controle. Em suas palavras:

 

A perspectiva feminina implica, pois, uma verdadeira reviravolta epistemológica. Ela amplia o insight, desenvolvido em certas vertentes do marxismo e na sociologia do conhecimento, de que a epistemologia é sempre uma questão de posição. Dependendo de onde estou socialmente situado, conheço certas coisas e não outras. Não se trata simplesmente de uma questão de acesso, mas de perspectiva [...]. (SILVA, 2004, p. 94)

 

Abordar as questões de gênero no Ensino de História envolve esta mesma lógica colocada por Silva e implica em uma reavaliação dos conteúdos, além da problematização e da reescrita da História Oficial, com reestruturação tanto de currículos quanto de práticas de ensino. As possibilidades são muitas: história das relações de gênero (portanto, das relações de poder), a participação de mulheres em eventos históricos ou mesmo o histórico dos movimentos feministas. No que diz respeito à pesquisa em Ensino de História, há uma vasta produção, tanto em trabalhos que envolvem os currículos –documentos oficiais e diretrizes educacionais, livros didáticos, manuais, etc. – quanto na dimensão do ensino e aprendizagem de História em seus métodos e práticas.

 

O uso escolar de fontes históricas: em busca de uma “literacia histórica” 

 

O campo da Educação Histórica, onde se procura investigar como se dá o aprendizado histórico dos sujeitos, ou, como determinado grupo se relaciona com a disciplina da história, tem dado ênfase a trabalhos que, mais do que pensar as estratégias de ensino, procuram investigar o modo como estudantes aprendem História. Nesse sentido, o foco tem sido a cultura histórica do aluno, ou, do sujeito que aprende em vários sentidos: a maneira pela qual se dá o aprendizado, como ele é pensado historicamente, o que se sabe sobre História ou como e onde se adquire tal conhecimento. Neste sentido, é muito profícuo o conceito de “literacia histórica” proposto por Peter Lee, autor que dialoga com este campo, postulando uma leitura de mundo baseada na epistemologia da história como fundamental nas práticas de ensino. 

 

Neste contexto, é possível e importante investigar o pensamento histórico de estudantes, observando se eles constroem uma “literacia histórica” e se a mobilizam em suas práticas de leitura, considerando tal literacia como um modo de ler e interpretar o mundo historicamente. Assim sendo, apresentamos possibilidades do uso de revistas de consumo femininas na disciplina de História para se trabalhar com as questões de gênero. 

 

A “literacia histórica” pensada por Peter Lee, em boa parte a partir dos trabalhos de Jörn Rüsen sobre a consciência histórica, consiste em um pensamento histórico, um modo próprio de interpretar, no qual a concepção de “historicidade” é fundamental (LEE, 2011, p. 22). O autor aborda a historicidade como noção que pressupõe não apenas relacionar passado e presente, mas também as mudanças ao longo do tempo. Assim, na ideia de “historicidade”, para Lee, há um elemento de mutabilidade das coisas, ou seja, a mudança como uma constante. Historicidade, assim, se diferencia de “história”, que se define pela ideia de “homem no tempo”, isto é, “falar que os seres humanos são no tempo e estas ações referem-se a eventos do passado” (LEE, 2011, p. 42). Deste modo, um pensamento histórico precisa, necessariamente, considerar não apenas as coisas no tempo, mas a mudança das coisas no tempo. 

 

Ainda, a história enquanto campo de produção de conhecimento sobre o passado admite que esse mesmo passado não é fixo ou homogêneo, ou seja, pode ser ressignificado na medida em que o que se conhece sobre ele muda ao longo do tempo, tanto em relação às fontes/vestígios, quanto em relação aos novos olhares e perspectivas. As explicações históricas são, portanto, “contingentes” e, ainda, as considerações históricas sobre o passado não são a sua cópia, mas respostas para as interrogações ao documento em questão (LEE, 2006, p. 136). 

 

Revista Capricho, pedagogias do gênero

 

Antes de pensar o uso da revista Capricho como fonte histórica em contexto escolar, é necessário recordar que se trata de uma revista de consumo feminina voltada para jovens meninas de classe média. Historicamente, o gênero revista surge no contexto da emergência da imprensa, no século XIX, ainda que ressalvadas as peculiaridades deste tipo de publicação naquele momento. Revistas vão adquirir status de fonte histórica, sobretudo, a partir da atuação da escola de Annales, que visava ampliar a noção de fonte histórica, buscando a interdisciplinaridade na construção do conhecimento. Uma das características fundamentais das revistas de consumo é a sua segmentação de mercado, uma vez que são mantidas pela publicidade e o público leitor é visto como consumidor em potencial. (MIRA, 2003). 

 

A revista Capricho nasce como uma revista de fotonovelas em 1952 (na onda dos folhetins existentes no Brasil pelo menos desde a segunda metade do XIX), mas é na década de 1980, a partir de campanha publicitária de Washington Oliveto, que é transformada em uma revista de consumo para adolescentes sob o slogan “A revista da gatinha”, trazendo temas da cultura juvenil como moda, sexualidade, relacionamentos. Esta fórmula marcou a descoberta do mercado adolescente, trazendo assuntos relacionados a este universo, como, sexo, camisinha, homossexualidade, pessoas famosas, etc. (BUITONI, 2009).

 

Deste modo, os enunciados da revista envolvem a interpretação de temáticas que pressupõem como central a categoria analítica gênero. Entendemos que a mídia, sobretudo as revistas femininas, se constituem em um espaço de constituição de sentido para a vida – tal como a escola, a família, a igreja/religião – e, neste sentido, traz pedagogias culturais. No caso da Capricho, um tom de prescrição em relação a “como ser menina” enfatiza normas de gênero e sexualidade, na medida em que constrói um discurso que naturaliza posturas e modos de ser ligados ao feminino e ao masculino. A Capricho se torna, portanto (e apesar das plurais leituras e interpretações possíveis no momento da recepção), um currículo cultural produtor de pedagogias do gênero e sexualidade, como observa-se nas duas imagens a seguir: 




Capa da edição n. 979, nov/2005


Capa da edição n. 970, jul/2005

 

Ao explorar a questão da sexualidade com estudantes do Ensino Médio, interpelando-os sobre o porquê de a revista recomendar ser “sexy sem ser vulgar” por meio da atriz/modelo em questão e por quais motivos ela deveria, nos dizeres da chamada de capa, evitar a vulgaridade, obtivemos respostas como: “tem que seguir os preceitos da sociedade”, ou ainda, “ela tem que ter um corpo ideal”. Ao levantar problemáticas sobre ser “sexy” ou “vulgar”. Alguns alunos fizeram relações com a referida revista e demonstraram compreender a ideia de que o corpo e a sexualidade são disciplinados e moldados por regulações sociais, ou seja, mobilizam um pensamento histórico por não tomarem como pressupostos naturais e a-históricos as identidades de gênero enunciadas pela revista. (MANTOVANI, 2014).

 

 Considerações finais

 

Júlian Fúks no prólogo do livro Jamais o fogo nunca da escritora chilena Diamela Eltit, do qual foi tradutor, lembrou o silenciamento da mulher e sua possibilidade de fala/escrita. Em suas palavras: “a voz que fala para preencher o silêncio, a voz que outros quiseram silenciar, não poderia ser diferente, é a voz de uma mulher.”  Essa mulher, que não pôde falar e/ou ser ouvida por décadas, séculos, milênios, teve seu corpo, suas células e o próprio tempo, tomado de assalto pelo conjunto da sociedade. “Tudo o que lhe resta é a voz, a possibilidade de indagar o passado com obstinação e de ocupar com palavras o presente” (FÚKS, 2016).

 

Ocupar com palavras o presente diz bem sobre o intento deste artigo: pensar sobre as questões de gênero não como algo pertencente exclusivamente ao passado, o “ontem eterno” como dizia Jörn Rüsen, mas como pensamento que reconstrói uma história no presente e para o presente.

 

As revistas analisadas aqui, tal qual as redes sociais como instagramfacebooktwitter, destilam modos de vida, pensamentos e posicionamentos que são considerados equivocadamente como superficiais, mas que são em realidade, políticos, e envolvem questões que precisam ser problematizadas. As questões de gênero e seus conteúdos históricos estão incrustrados nos textos, imagens e vídeos que circulam por aí. Amiúde, eles carregam preconceitos que de tão naturalizados, não os questionamos mais. Porém, é preciso vê-los e colocá-los a falar. Acreditamos no papel da história e do professor de história em seu potencial de orientação para uma vida prática e que respeite a diversidade humana.

 

Referências biográficas

 

Beatriz Rodrigues é professora do Departamento de História da UEM e doutora em História e cultura Social pela UNESP.

 

Flávia Mantovani é professora da Secretaria de Educação do Estado de São Paulo, mestre em História Social/UEL na linha de pesquisa “História e Ensino”. Doutoranda no programa de Pós-Graduação em História/Unesp.

 

Referências bibliográficas

 

ASSIS, Arthur. A teoria da história de Jörn Rüsen. Uma introdução. Coleção Prumo. 2010.

 

BUITONI, Dulcília Schroeder. Mulher de papel: a representação da mulher na imprensa feminina. São Paulo: Summus Editorial, 2009.

 

FÚKS, Julian. Prefácio. In: ELTIT, Diamela. Jamais o fogo nunca. Traduzido por Julián Fúks. Belo Horizonte: Editora Relicário, 2017.

 

LEE, Peter. Em direção a um conceito de literacia histórica. Educar, Curitiba, Especial, p. 131-150, 2006. Editora UFPR. 

 

LEE, Peter. Por que aprender história? Educar em Revista. Editora UFPR: Curitiba, n. 42, out./dez. 2011. p. 19-42.

 

MANTOVANI, Flávia. Pensamento histórico de jovens sobre “gênero” a partir da revista Capricho (2005-2006). Dissertação. Mestrado em História Social – Universidade Estadual de Londrina. Londrina, 2014.  

 

MIRA, Maria Celeste. O leitor e a banca de revistas. A segmentação da cultura no século XX. São Paulo: Olho D’Água/Fapesp, 2003.

 

PEDRO, Joana Maria. Traduzindo o debate: o uso da categoria gênero na pesquisa histórica. HistóriaSão Paulo, v. 24, n. 1, 2005. p. 77-98.

 

PERROT, Michele. [2006] Minha história das mulheres. 2ª Edição. 5 Reimpressão. São Paulo, Contexto: 2017.  

 

SCOTT, Joan. Gênero, uma categoria útil de análise histórica. Educação e Realidadevol., 20, nº 2, 1995, p. 71-99. 

 

SILVA, Tomaz Tadeu. Documentos de Identidade. Uma introdução às teorias do currículo. Belo Horizonte, Autêntica, 2004.

28 comentários:

  1. Primeiramente gostaria de parabenizar as autoras pelo texto. Em segundo, gostaria de fazer a minha pergunta: considerando que atualmente grande parte dos jovens colhe informações e referências culturais da internet, em que, consomem dos “influenciadores” digitais, vocês pensam que a utilização dos vídeos daqueles que falam sobre questões de gênero (onde eles usam exemplos da própria internet para desenvolverem seus argumentos) podem ser um material útil a ser usado em sala de aula para tecer debates sobre o assunto?

    Amanda da Silva Neto


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    1. Obrigada Amanda. Acreditamos que sim, que esses vídeos e produções não acadêmicas devam ser utilizados em sala de aula. Ainda que não possuam uma preocupação metodológica com a disciplina de história, eles são "consumidos" por muitas crianças e adolescentes e a partir disso, vão criando "consciências históricas" como dizia Jörn Rüsen. Levemos esse material para sala de aula pensando não apenas em "inovar" as aulas mas também em fazê-los refletir com criticidade sobre o tema a ser trabalhado.
      Ass. Autoras - Beatriz Rodrigues e Flávia Mantovani

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  2. As revistas femininas contribuíram de forma direta ou indireta no processo da epistemologia?

    LEONARDO LIMA DE MOURA

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    1. Bom dia, Leonardo. Obrigada pela pergunta. Sobre as revistas femininas, pensamos que, ao tomar revistas femininas como fontes históricas, há uma ampliação em diversos aspectos da História, incluindo as questões epistemológicas. Pelos problemas e questões que trazem as revistas femininas (questões de gênero, sexualidade, comportamentos, normas de ser voltadas para o feminino/masculino, a depender do período em que foram produzidas), elas demandam que o historiador/ra mobilize outros conceitos, tradicionalmente negligenciados pela historiografia.

      Ass. Autoras - Beatriz Rodrigues e Flávia Mantovani

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  3. Quando é colocado:"o uso da revista capricho como fonte histórica em contexto escolar"estaria abrangendo o professor?

    LEONARDO LIMA DE MOURA

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  4. Obrigada, Leonardo. Sim, em contexto escolar, está o/a professor/ra, em seu planejamento e práticas de ensino, utiliza as fontes históricas para desenvolver/trabalhar a consciência histórica de estudantes.
    Ass. Autoras - Beatriz Rodriques e Flávia Mantovani

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  5. No mundo onde os adolescentes vivem conectados à internet como a escola pode trabalhar a Sexualidade na sala de aula?

    Eleilda da Silva Santos

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    1. Boa tarde, Eleilda. Obrigada pela pergunta.
      Não só os/as adolescentes vivem conectados à internet... mas também os adultos. A adaptação à pandemia mostrou que é cada vez mais inviável pensar um ensino de história descolado da internet. Embora nossa reflexão abarque a cultura midiática ligada aos impressos, podemos fazer a seguinte reflexão sobre a internet: no caso do trabalho com a sexualidade, ela é uma grande aliada! Pois se trata de um espaço que propicia interações mais plurais em termos identitários.

      Ass as autoras: Beatriz Rodrigues e Flávia Mantovani

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  6. Boa noite, parabéns pelo trabalho. As problemáticas citadas no texto são reais e a grande maioria ainda não dá a atenção necessária para elas, o texto trabalhado é de grande importância para a popularização da reflexão exposta.

    Cresci consumindo revistas adolescentes, como as citadas no texto, que nos passam uma leitura de mundo que foca em apenas um eixo, a cultura que esse meio se relaciona cresceu apostando em criar clones femininos que se adequam aos moldes impostos pela sociedade patriarcal. Privadas a agradar somente a terceiros e se iludindo que isso também irá agradar a si próprias, onde seus feitos são ignorados ou reformulados e anexados a uma conquista masculina.
    Atualmente, estamos na era digital onde as redes sociais estão dominando, com isso a problemática anterior foi desenvolvida mas a padronização continua a mesma, atualizamos nossos feeds de postagens e nos deparamos com varias pessoas iguais, corpos padronizados como se isso fosse a verdade absoluta que deve ser seguida.
    Continuamente, as mulheres são diminuídas somente a isso e seus esforços são criticados e anulados, como se qualquer exposição nas redes que não é considerada 'aceitável' apagasse seus objetivos e conquistas.

    Na opinião das autoras, como nós futuros professores podemos resgatar e criar um olhar crítico para fora do do eixo que cria esse padrão problemático entre os jovens? Acredito que além das matérias que somos designados a atuar precisamos nos atentar a problemas que podem influenciar também no desenvolvimento pessoal do aluno. Logo, como resgatar e mostrar que a realidade é muito maior do que é exposto pelas revistas e as redes sociais?

    Obrigada!
    -Letícia Freitas Britto

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    1. Oi Leticia, obrigada pelas colocações e pela pergunta. De fato, acreditamos que resgatar a criticidade em nossos alunos em relação a esse tipo de publicação, seja em revista, em site ou rede social. O importante é levar esse tipo de conteúdo para sala de aula e suscitar reflexões a esse respeito. Isso pode ser feito de várias maneiras: com a história da mulher e seu corpo, as mudanças no padrão de beleza ao longo do tempo, o silenciamento da mulher, etc etc Você tem razão quando diz que nosso papel em sala de aula vai "além dos conteúdos". Somos espécie de orientadores culturais, ou orientadores críticos e parte do nosso trabalho é realmente fazer com que o aluno olhe para si, para a vida e os valores que o cerca e questione tais aspectos.

      ASS. as autoras: Beatriz Rodrigues e Flavia Mantovani

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  7. Excelente trabalho, ficou incrível!
    Gostaria de saber se tudo que seja relacionado tanto a internet, revistas, artigos, rádios ou noticiários possa vir ser uma influência gerada momentânea nos jovens de hoje em dia que buscam e veem por muitas vezes por ser atualidades, isso tudo possa acarretar futuramente, atrapalhando um posicionamento relacionado talvez a sua sexualidade e gênero, e própria identidade, principalmente nas meninas/mulheres, que muitas vezes deixam de entender que o tempo dará tempo a ele mesmo, que por meio de decisões incertas acabam afetando a própria realidade dentro de cada um, se deixando elevar por influência de outros, acabando esquecendo do que realmente lhe faz bem e feliz.

    João Pedro Alcântara Alves.

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    1. Boa tarde, Joao Pedro. Obrigada pela pergunta.

      Dentro do referencial teórico com o qual trabalhamos, não concebemos os espaços midiáticos, a cultura midiática e nem os produtos culturais produzidos (internet, revistas, artigos, rádios, etc) como espaços de influência, simplesmente. A mídia, sim, produz modos de ser que busca impor ao seu público, mas o produz buscando em seus leitores/consumidores as referências que este espera encontrar. Por outro lado, não vemos jovens como "naturalmente influenciáveis", pois os sujeitos também tem seus pensamentos, releituras, modos de reapropriação dos discursos, capacidade de agência das próprias vidas.

      Deste modo, mesmo que a cultura midiática - neste caso, discutimos revistas femininas - produza pedagogias de gênero, há possibilidades de subersão destas pedagogias, caso contrário, seriam todas as mulheres brancas, ricas, magras e heterossexuais. O que não se verifica na realidade.

      Ass as autoras: Beatriz Rodrigues e Flávia Mantovani.

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  8. Excelente trabalho, ficou incrível!
    Gostaria de saber se tudo que seja relacionado tanto a internet, revistas, artigos, rádios ou noticiários possa vir ser uma influência gerada momentânea nos jovens de hoje em dia que buscam e veem por muitas vezes por ser atualidades, isso tudo possa acarretar futuramente, atrapalhando um posicionamento relacionado talvez a sua sexualidade e gênero, e própria identidade, principalmente nas meninas/mulheres, que muitas vezes deixam de entender que o tempo dará tempo a ele mesmo, que por meio de decisões incertas acabam afetando a própria realidade dentro de cada um, se deixando elevar por influência de outros, acabando esquecendo do que realmente lhe faz bem e feliz.

    João Pedro Alcântara Alves.

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    1. Boa tarde, Joao Pedro. Obrigada pela pergunta.

      Dentro do referencial teórico com o qual trabalhamos, não concebemos os espaços midiáticos, a cultura midiática e nem os produtos culturais produzidos (internet, revistas, artigos, rádios, etc) como espaços de influência, simplesmente. A mídia, sim, produz modos de ser que busca impor ao seu público, mas o produz buscando em seus leitores/consumidores as referências que este espera encontrar. Por outro lado, não vemos jovens como "naturalmente influenciáveis", pois os sujeitos também tem seus pensamentos, releituras, modos de reapropriação dos discursos, capacidade de agência das próprias vidas.

      Deste modo, mesmo que a cultura midiática - neste caso, discutimos revistas femininas - produza pedagogias de gênero, há possibilidades de subersão destas pedagogias, caso contrário, seriam todas as mulheres brancas, ricas, magras e heterossexuais. O que não se verifica na realidade.

      Ass as autoras: Beatriz Rodrigues e Flávia Mantovani.

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  9. Excelente trabalho, ficou incrível!
    Gostaria de saber se tudo que seja relacionado tanto a internet, revistas, artigos, rádios ou noticiários possa vir ser uma influência gerada momentânea nos jovens de hoje em dia que buscam e veem por muitas vezes por ser atualidades, isso tudo possa acarretar futuramente, atrapalhando um posicionamento relacionado talvez a sua sexualidade e gênero, e própria identidade, principalmente nas meninas/mulheres, que muitas vezes deixam de entender que o tempo dará tempo a ele mesmo, que por meio de decisões incertas acabam afetando a própria realidade dentro de cada um, se deixando elevar por influência de outros, acabando esquecendo do que realmente lhe faz bem e feliz.

    João Pedro Alcântara Alves.

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    1. Boa tarde, Joao Pedro. Obrigada pela pergunta.

      Dentro do referencial teórico com o qual trabalhamos, não concebemos os espaços midiáticos, a cultura midiática e nem os produtos culturais produzidos (internet, revistas, artigos, rádios, etc) como espaços de influência, simplesmente. A mídia, sim, produz modos de ser que busca impor ao seu público, mas o produz buscando em seus leitores/consumidores as referências que este espera encontrar. Por outro lado, não vemos jovens como "naturalmente influenciáveis", pois os sujeitos também tem seus pensamentos, releituras, modos de reapropriação dos discursos, capacidade de agência das próprias vidas.

      Deste modo, mesmo que a cultura midiática - neste caso, discutimos revistas femininas - produza pedagogias de gênero, há possibilidades de subersão destas pedagogias, caso contrário, seriam todas as mulheres brancas, ricas, magras e heterossexuais. O que não se verifica na realidade.

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  10. Excelente trabalho, ficou incrível!
    Gostaria de saber se tudo que seja relacionado tanto a internet, revistas, artigos, rádios ou noticiários possa vir ser uma influência gerada momentânea nos jovens de hoje em dia que buscam e veem por muitas vezes por ser atualidades, isso tudo possa acarretar futuramente, atrapalhando um posicionamento relacionado talvez a sua sexualidade e gênero, e própria identidade, principalmente nas meninas/mulheres, que muitas vezes deixam de entender que o tempo dará tempo a ele mesmo, que por meio de decisões incertas acabam afetando a própria realidade dentro de cada um, se deixando elevar por influência de outros, acabando esquecendo do que realmente lhe faz bem e feliz.

    João Pedro Alcântara Alves.

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    1. Boa tarde, Joao Pedro. Obrigada pela pergunta.

      Dentro do referencial teórico com o qual trabalhamos, não concebemos os espaços midiáticos, a cultura midiática e nem os produtos culturais produzidos (internet, revistas, artigos, rádios, etc) como espaços de influência, simplesmente. A mídia, sim, produz modos de ser que busca impor ao seu público, mas o produz buscando em seus leitores/consumidores as referências que este espera encontrar. Por outro lado, não vemos jovens como "naturalmente influenciáveis", pois os sujeitos também tem seus pensamentos, releituras, modos de reapropriação dos discursos, capacidade de agência das próprias vidas.

      Deste modo, mesmo que a cultura midiática - neste caso, discutimos revistas femininas - produza pedagogias de gênero, há possibilidades de subersão destas pedagogias, caso contrário, seriam todas as mulheres brancas, ricas, magras e heterossexuais. O que não se verifica na realidade.

      Ass as autoras: Beatriz Rodrigues e Flávia Mantovani.

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  11. Excelente trabalho, ficou incrível!
    Gostaria de saber se tudo que seja relacionado tanto a internet, revistas, artigos, rádios ou noticiários possa vir ser uma influência gerada momentânea nos jovens de hoje em dia que buscam e veem por muitas vezes por ser atualidades, isso tudo possa acarretar futuramente, atrapalhando um posicionamento relacionado talvez a sua sexualidade e gênero, e própria identidade, principalmente nas meninas/mulheres, que muitas vezes deixam de entender que o tempo dará tempo a ele mesmo, que por meio de decisões incertas acabam afetando a própria realidade dentro de cada um, se deixando elevar por influência de outros, acabando esquecendo do que realmente lhe faz bem e feliz.

    João Pedro Alcântara Alves.

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    1. Boa tarde, Joao Pedro. Obrigada pela pergunta.

      Dentro do referencial teórico com o qual trabalhamos, não concebemos os espaços midiáticos, a cultura midiática e nem os produtos culturais produzidos (internet, revistas, artigos, rádios, etc) como espaços de influência, simplesmente. A mídia, sim, produz modos de ser que busca impor ao seu público, mas o produz buscando em seus leitores/consumidores as referências que este espera encontrar. Por outro lado, não vemos jovens como "naturalmente influenciáveis", pois os sujeitos também tem seus pensamentos, releituras, modos de reapropriação dos discursos, capacidade de agência das próprias vidas.

      Deste modo, mesmo que a cultura midiática - neste caso, discutimos revistas femininas - produza pedagogias de gênero, há possibilidades de subersão destas pedagogias, caso contrário, seriam todas as mulheres brancas, ricas, magras e heterossexuais. O que não se verifica na realidade.

      Ass as autoras: Beatriz Rodrigues e Flávia Mantovani.

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  12. Parabéns pelo texto!
    A minha pergunta é, em meio ao cenário onde crianças e adolescentes possuem contato cada vez mais cedo com redes sociais na internet, como o professor pode fomentar que os alunos desenvolvam um olhar crítico para o conteúdo excessivo em que são expostos? Pensando que, com as revistas, o conteúdo ficava restrito a uma classe concentrada, enquanto as redes sociais aumentaram esse alcance.

    Obrigada pelo texto e por proporcionar reflexões.

    NAYARA BRITO PEREIRA

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    1. Boa tarde, Nayara. Obrigada pela pergunta. Pensamos que, ainda que a revista Capricho seja voltada para uma classe restrita e concentrada, existiam similares mais acessíveis, além de uma profusão destes mesmos conteúdos em outras revistas femininas e mesmo em outros suportes da cultura midiática. Assim, a cultura de consumo e as pedagogias culturais/de gênero destas revistas não estão restritas, mas circulam entre uma parcela considerável do público jovem, ou seja, já é de amplo alcance, ainda que possamos pensar a internet como ampliação, mais ainda, destes conteúdos. Trabalhar tudo isso de modo crítico está relacionado à abordagem do/da professor/ra e os modos como trabalha estes materiais e conteúdos em sala de aula mas, uma primeira necessidade, é trazer estes conteúdos para a sala de aula. É uma questão contemporâneo ainda sem respostas, o contato com a internet pode trazer problemas, mas também possibilidades transformadoras, se o professor/ra buscar, a partir daí, construir uma literacia histórica, abordando as formas de produção e intenções destes conteúdos da internet (vídeos, blogs, memes, discursos, etc).

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    3. Ass autoras: Beatriz Rodrigues e Flávia Mantovani

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