Andréa Mazurok Schactae

IMAGENS DA REVOLUÇÃO CUBANA EM LIVROS DIDÁTICOS DE HISTÓRIA

  

Introdução

 

O olhar para a Revolução Cubana foi uma escolha devido a permanência desse acontecimento, que marcou a história do século XX, na América Latina, as memórias do Ocidente, na atualidade, bem como, pela construção de uma memória que vincula a Revolução com a imagem de homens barbudos, vestindo fardas e com armas. Uma memória que projeta uma representação generificada, que reproduz uma ordem na construção dos Estados no Ocidente, cujos espaços de poder são domínio de homens. 

 

Vale destacar, que ao longo do tempo se constituem percepções sobre a história do Estado e as suas organizações de poder, como espaços estabelecidos e ocupados por homens. Portanto, assim como os Estados Nação, do século XIX, a Revolução Cubana tende a construiu os seus símbolos como identificadores de um ideal de masculinidade hegemônica, o qual é caracterizado pela virilidade. Os heróis estabelecidos pela Revolução, seguem a tendência Ocidental, e são percebidos por suas características – força, coragem, bravura, honra, abnegação, guerreiro, poder das armas –, as quais são identificadoras de virilidade (COURTINE, 2013) e de um ideal de masculinidade hegemônica (CONNEL, 2005). Destarte, são os homens e as mulheres que participaram de conflitos armados e guerra, tendem a ser constituídos em símbolos identificadores do Estado.

 

Voltando o olhar para a construção dos símbolos nacionais e instituições armadas, observa-se que os heróis, constituem-se em representações de um ideal de masculinidade (SCHACTAE, 2013; MOREIRA, 2015; BONINO, 2002; STONER, 2003; OLAVARRIA, 2001; CONNEL, 2005). A farda e as armas, são construções simbólicas que ao longo do tempo se tornaram em identificadores do poder do Estado e de uma masculinidade viril, identificada pela violência, pela força, pela coragem, pela honra e pela dominação de sujeitos que são percebidos como superior a outros sujeitos. 

 

A representação do poder, marcada por características viris, é herdada da longa duração (COURTINE, 2013), e ainda está presente em instituições que constituem o estado – forças armadas, parlamento, polícia –, portanto, é parte de identidades e práticas generificadas, que orientam o estabelecimento de um “saber a respeito das diferenças sexuais” (SCOTT, 1994, p. 12). Esses saberes, entre os quais a virilidade, são percebidos em práticas, símbolos, leis e narrativas sobre o passado do Estado e de suas instituições. Também são percebidos nos livros didáticos de história. 

 

Essa herança cultural que constitui as culturas, no Ocidente, também é percebida na Revolução Cubana. Um acontecimento que marcou o século XX e exportou um ideal de masculinidade para a América Latina. Para Matías Alderete (2013), a construção do homem novo, pela Revolução Cubana, é constituída pela “masculinidade revolucionária”, (ALDERETE, 2013, p. 3) e marcada pela homofobia. Prevalece em Cuba o modelo do macho, porém, “un macho no es homosexual ni heterosexual per se, sino la continua muestra de valores masculinos: ser violento y agresivo, hablar y actuar en forma vulgar y penetrar en la relación sexual” (ALDERETE, 2013, p. 6). Para a Revolução o contra-revolucionário é o maricon, isto é, aquele que é penetrado e apresenta comportamento percebido como feminino (ALDERETE, 2013, p. 6-7), pois o homossexual macho tendia a aceito como macho revolucionário, nas décadas de 1960 e 1970, em Cuba. 

 

Portanto, os significados das diferenças historicamente construídas, para os sexos, podem ser percebidos: nos símbolos; nos discursos; nas práticas; nas representações; nas identidades; nos espaços sociais; nos silêncios. Ao orientar a construção os espaços sociais, o gênero também dá significado as relações de poder (SCOTT, 1995, p.88). E sendo a história um saber ela também é constituída pelo gênero, orientando a construção de representações sobre as realidades e práticas sociais, bem como de subjetividades e as memórias.

 

Observando a existência de uma imagem da Revolução Cubana, atrelada a um ideal de masculinidade e apropriando de outros estudos que realizeis sobre livro didático (SCHACTAE, 2020), apresento algumas reflexões sobre as imagens da Revolução Cubana, em um livro didático, entendendo que elas constroem uma representação desse acontecimento histórico. 

 

Entendendo que as representações são para formas de percepção do social que produzem discursos e práticas que buscam legitimar ou justificar para os próprios indivíduos as suas escolhas e condutas. Elas são determinadas pelo grupo que as forjou, o que resulta em diferentes representações, que estão relacionadas a uma multiplicidade de práticas que resultam na construção de mundos sociais e identidades (CHARTIER, 1990, p. 17-18). 

 

Portanto, as imagens nos livros didáticos, expressam representações sobre o passado, e uma herança cultural. E o livro didático História 3, dos autores Ronaldo Vainfas, Sheila de Castro Faria, Jorge Ferreira, Georgina dos Santos (2013; 2016), ao apresentar uma narrativa sobre o passado, orienta a construção da consciência histórica (RÜSEN, 2010) de jovens. Para Jorn Rüsen (2001) as apropriações dos estudantes sobre o passado são expressões da consciência histórica, pois para ele “a consciência histórica é a realidade a partir da qual se pode entender o que a história é, como ciência, e por que ela é necessária” (RÜSEN, 2001, p. 56). Portanto, as imagens orientam a construção de um entendimento sobre a história. 

 

Nos esforços de compreender as imagens como construtoras de um saber sobre o que é história, dialogo com P. Burke (2004), que concorda com Maria Mauad (1996), ao compreender que é uma tarefa que exigem um diálogo transdisciplinar, que recebeu a influência da sociologia, da história da arte, da antropologia, da filosofia, etc. e, conforme destaca o autor, esse diálogo é enriquecido com as análises de gênero (BURKE, 2004, p. 226). E ao se focar no estudo dos significados em relação ao contexto, as visões dos contemporâneos da imagem e as entrelinhas (BURKE, 2004, p. 236 -238). Portanto, não há uma receita ou um método certo para os estudos da história a partir de imagens, que produzem representações.  

 

Ao se identificar o livro didático como construtor de sentido, cabe uma análise dos sentidos que estão sendo apresentados nas imagens sobre a Revolução Cubana. A importância do livro didático para o ensino é destaca por Itamar Oliveira e Margarida Oliveira (2014), pois “coerente com o valor atribuído ao ensino de História (enraizado na matriz disciplinar – objeto da sua teoria da História), o livro didático é visto como instrumento fundamental para a vida escolar, já que atua, diretamente, na construção do sentido (orientação no tempo)” (OLIVEIRA, 2014, p. 227). E ao construírem sentido orientam a constituição da consciência histórica. Portanto, as representações presentes nos livros didáticos contribuem para construção da consciência histórica dos estudantes. 

 

Imagens da Revolução Cubana e o livro didático

 

Voltando o olhar para as duas edições do livro: História: ensino médio (VAINFAS et al., 2013; 2016), e focando na Revolução Cubana, observa-se que o texto é o mesmo, com pequenas alterações. Foram retirados alguns parágrafos, da edição de 2016, porém o núcleo central da narrativa é igual a presente na edição de 2013. Inclusive as imagens, que são duas, permanecem as mesmas. Na primeira página aparece a seguinte fotografia (Figura 1).

 


Figura 1

Fonte: VAINFAS et al., 2013, p. 147

 

Conforme imagem apresentada nesse livro didático, os construtores da Revolução Cubana tendem a reproduzir ideais de heróis e símbolos dos Estados Nação, são homens barbudos e com armas, imagem presente na fotografia que aparece na primeira página (VAINFAS et al., 2013, p. 147; VAINFAS et al., 2016, p. 148).  A escolha desta fotografia contribui para legitimar a representação da Revolução Cubana, presente no texto e na legenda da fotografia, que afirma: “Em 4 de janeiro de 1959, dias após a vitória da revolução, Fidel Castro discursa ao lado de membros do Movimento Revolucionário 26 de Julho” (VAINFAS et al., 2013, p. 147).

 

A fotografia de janeiro de 1959, foi ampliada e recortada na edição de 2016 (VAINFAS et al., 2016, p.148), pois a bandeira de Cuba, que está na frente do palanque foi retirada. Este símbolo nacional, vincula a imagem que projeta a vitória de homens viris a nação. Nela figuram mais de quinze homens, seis dos quais estão em primeiro plano, entre os quais Fidel Castro. Apenas dois não vestem fardas e nitidamente é perceptível três homens com fuzis, posicionados no primeiro plano, ao lado esquerdo de Fidel Castro, que está no centro, discursando. Ao lado direito de Fidel está o Comandante Almeida, o único comandante negro da guerrilha, e atrás dele aparece a única mulher, visível na fotografia. Ela é Célia Sanchez, a qual também está usando a farda com o bracelete escrito “26 de Julio”, portanto fazia parte da guerrilha.  A legenda da fotografia também foi alterada, porém a ideia central permanece – “Fidel Castro discursa ao lado de membros do Movimento (...)” (VAINFAS et al., 2016, p.148). Essa imagem novamente legitima uma narrativa que o espaço de poder da Revolução Cubana é para de homens fardados e viris. Porém, a presença de uma mulher também indica que pode ser um espaço para mulheres fardadas e viris, mas somente o líder possui nome. 

 

Para Peter Burke (2004) nos estudos de imagens é importante observar as inscrições que algumas imagens trazem, pois o objetivo desses textos escritos é direcionar a leitura do espectador (BURKE, 2004, p. 223). No entanto na legenda da foto e no texto do capítulo, observa-se um silêncio sobre essa mulher. E um olhar pouco atento é absorvido pela imagem dos homens barbudos. Todavia, os autores e autoras do manual utilizaram como referência a obra de Richard Gott (2006), que apresenta quatro mulheres que atuaram no processo revolucionário, embora o autor coloque os homens como protagonistas. Portanto, elas (Célia Sanchez, Vilma Espin, Haydée Santamaria e Aleida March) poderiam aparecer no texto, principalmente porque é utilizada uma fotografia que indica a participação feminina, na luta armada.

 

A segunda imagem (Figura 2), também de uma fotografia de 1959, mostra populares com cartazes (VAINFAS et al., 2016, p.149), e é a mesma presente na edição de 2013 (VAINFAS et al., 2013, p.148). Porém, ela foi ampliada e recortada. A legenda possui o mesmo núcleo central, que afirma: “cubanos apoiam as primeiras medidas do governo de Fidel Castro” (VAINFAS et al., 2016, p.149). 

 

Observando a fotografia, no primeiro plano figuram homens sem barbas e duas mulheres jovens, que aparecem no canto esquerdo da imagem, uma delas é quase imperceptível. Chama a atenção do observador o cartaz que está no centro da fotografia, que afirma: venceremos. A questão que se coloca é: quem venceu nas representações dessas duas imagens? Claramente quem venceu foram os homens viris, eles figuram na narrativa escrita e na fotográfica. As mulheres, embora presentes nas duas imagens, só são percebidas por um observador atento ou uma observadora atenta. 

 

Para Clifford Geertz, o sentido de uma imagem é resultado das “experiências coletivas” (GEERTZ, 2006, p. 165), que é a cultura. Portanto, o estudo das imagens é uma compreensão dos símbolos que produzem o cotidiano de seres humanos, isto é o contexto no qual foram produzidas (GEERTZ, 2006, p. 179-181). O silêncio sobre a imagem das mulheres revela uma herança cultural Ocidental que ainda tende a tornar as mulheres invisíveis em determinados espaços sociais. 

 


Figura 2

Fonte: VAINFAS et al., 2013, p. 149

 

Um olhar atento, sobre o texto do livro didático analisado, indica uma reprodução das relações de poder generificadas, sendo o Estado e o espaço da guerra apresentados como exclusividade de homens viris e centrais para compreender a Revolução Cubana. Além do silêncio da presença de mulheres nesses espaços, o ideal de masculinidade, apresentado pelos heróis símbolos da Revolução Cubana, re-significam um ideal de virilidade, presente na longa duração. E no início do século XXI, o texto do livro didático analisado tende a reproduzir uma construção do herói, do espaço da luta armada e da política como domínio de homens, preferencialmente viris. Uma construção constata por outros estudos sobre masculinidades e virilidades (CORBIN, 2013; SIERRA MADERO, 2005; SCHACTAE, 2013; MOREIRA, 2015; BONINO, 2002; STONER, 2003; OLAVARRIA, 2001; CONNEL, 2005). 

 

Para além das armas e da guerra, é importante colocar que a vida cotidiana, as construções simbólicas, as escolas – e outros espaços sociais –, são constituídos por relações generificadas, bem como orientam a reprodução dessas relações, pois funcionam como instrumento pedagógico. Sendo assim, o discurso historiográfico e do livro didático podem reproduzir relações de poder e silenciar sujeitos históricos, cabe aos profissionais do campo da História ter um olhar crítico sobre a historiografia e os manuais didáticos. 

 

Portanto, o exercício de olhar para as representações da Revolução Cubana deve ser estendido para os acontecimentos do passado, narrados nos livros didáticos de História. É preciso dar voz e visibilidade aos silenciados da História. Todavia ainda é necessário aprofundar as análises das narrativas sobre a Revolução Cubana, observando os textos de outros livros didáticos e comparando as narrativas. 

 

As narrativas presentes no livro didático analisado orientam para a construção de uma consciência histórica que reproduz um ideal de virilidade, colocando os sujeitos identificados como herdeiros desse ideal, Fidel Castro (advogado) e a guerrilha, mas também indica um apoio popular à Revolução Cubana. 

 

O foco nos líderes, como agentes da Revolução e população, representa na maioria por homens, algumas crianças e algumas mulheres, expressa um saber que é apropriado pelos jovens na escola e em outros espaços sociais. Esse saber orienta a construção de consciência histórica, que é caracterizada por saberes generificados. 

 

Referências Biográficas

 

Dra. Andréa Mazurok Schactae, professora de História do Instituto Federal do Paraná (IFPR); professora do Mestrado Profissional em História, na UEPG; coordenadora do Grupo de Estudos Cultura, Identidades e Gênero, no IFPR; Coordenadora do NEABI, Campus IFPR Telêmaco Borba; pesquisadora do NEG/UFPR. Contato: andrea.schactae@ifpr.edu.br 

 

Referências Bibliográficas

 

ALDERETE, Matías. Masculinidad revolucionaria: la represión de maricones y la construcción del hombre nuevo en Cuba pos-revolucionaria. In: X Jornadas de Sociología. Facultad de Ciencias Sociales, Universidad de Buenos Aires, Buenos Aires, 2013.

 

BONINO, Luis. Masculinidad hegemônica e identidad masculina. Dossiers feministes -  Masculinitats: mites, de/construccions y mascarades, n. 67,  2002, p. 07-36. 

 

CHARTIER, Roger. A história cultural: entre práticas e representações. Lisboa: DIFEL, 1990. 

 

CONNELL, R. W. Políticas da masculinidade. Educação e realidade. V. 20 n.º 2, 2005, p. 185-206. 

 

COURTINE, Jean-Jacques. Impossível virilidade. In: CORBIN, Alain; COURTINE, Jean-Jacques; VIGARELLO, Georges. História da Virilidade – A virilidade em crise? Séculos XX-XXI. Petrópolis, RJ: Vozes, p. 07- 12, 2013.

 

ESCALONA RODRÍGUEZ, Norberto. Maianas: nobleza y coraje. La Habana, Cuba: Consejo de Estado, 2018. 

 

GROTT, Richard. A Revolução de Castro toma forma (1953-1961), In: _____. Cuba: uma nova história. Rio de Janeiro: Zahar, 2006, p. 171-217. 

 

MOREIRA, R.; SCHACTAE, A.; SOTO, I. Sónõra. Entre guerrilleras, soldados y policias: lo femenino en instituciones armadas de Cuba y de Brasil. In: MARTINS; A.; 

 

GUEVARA, M. Políticas de Gênero na América Latina: aproximações, diálogos e desafios, Jundiaí: Paco Editorial, 2015, p. 141-170.

 

PEREZ ROJAS, Niurka. El movimiento estudantil universitario de 1934 a 1940. La Habana: Editorial de Ciencias Sociales, 1975.  

 

RÜSEN, Jörn. O livro didático ideal. In: MARTINS, Estêvão; Schmidt, Maria Auxiliadora (Orgs.). Jörn Rüsen e o ensino de história. Curitiba: Ed. da UFPR, 2010, p. 109-127. 

 

RÜSEN, Jörn. Razão histórica. Brasília: Editora UNB, 2001.

 

SCHACTAE, Andréa. Mulheres Guerreiras: mulheres na guerrilha cubana e a construção da heroína Célia Sanchez. In: MOREIRA, Rosemeri; SCHACTAE, Andréa (org.). Gênero e instituições armadas. Guarapuava, PR: Editora Unicentro, 2016, p. 189-215. 

 

SCHACTAE, Andréa. A Revolução Cubana: representações generificadas em um livro didático de história. Escritas do Tempo, v.2 n.6 (2020) Dossiê História: ensino, livro didático e formação de professores. Disponível em: https://periodicos.unifesspa.edu.br/index.php/escritasdotempo/article/view/1251

 

SCOTT, J. Gênero: uma categoria útil de análise história. Educação e Realidade, n. 20, vol. 2, p.71-99, 1995.

 

SCOTT, J. W. Prefácio a Gender and Politics of History, Cadernos Pagu, nº 3, 1994, p. 11-27.

 

SIERRA MADERO, Abel. Del otro lado del espejo. La sexualidad en la construcción de la nación cubana. La Habana: Editorial Casa de las Américas, 2006.

 

STONER, K. L. Militant heroines and the consecration of the patriarchal state: the glorification of loyalty, combat, and national suicide in the making of Cuban National Identity. In: Cuban Studies, volume 34, 2003, pp. 71-96. Disponível em: http://muse.jhu.edu/jounals/cub/summary/v034/34.1stoner01.html. Acesso em: 20 de dez. 2010. 

 

VAINFAS, Ronaldo; FARIA, Sheila de Castro; FERREIRA, Jorge; SANTOS, Georgina dos. História 3. São Paulo: Saraiva, 2013. 

 

VAINFAS, Ronaldo; FARIA, Sheila de Castro; FERREIRA, Jorge; SANTOS, Georgina dos. História 3. São Paulo: Saraiva, 2016.

4 comentários:

  1. Parabéns pelo instigante trabalho. Minha pergunta é se alguma mulher, ou mulheres, aparecem na historiografia da Revolução Cubana e que poderia(m) ser contemplada(s) nos livros didáticos, pois de fato há uma forte moldura imaginária em que estão destacados os homens que dela participaram e isso, como bem mostra o seu trabalho acaba por se refletir nas narrativas dos livros didáticos. Com um abraço, Marize Campos.

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  2. Obrigado pelas informações, Andréa. É extremamente necessário reivindicar o espaço feminino nos campos revolucionários. A exemplo disso, também concorda que os estudos acerca da Revolução Russa, a primeira revolução socialista, também tem, nos livros didáticos, omitida a participação feminina? Por sinal, também tive que me informar em horizontes para além do manual didático, como os testemunhos de Merceditas Sánchez, a guerrilehira cubana do Movimento 26 de julho que deixou registros escritos acerca do papel revolucionário. Obrigado pelo profissionalismo. Matheus dos Santos Martins.

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  3. Oi Andréa, parabéns pelo texto. O que você apresenta é muito interessante para pensar sobre como ensinar história na perspectiva de gênero, que não é apenas incluir a história das mulheres, como pode parece, mas entender e questionar como os papeis sociais foram construídos, como se consolidou a narrativa de lugar de homem e lugar de mulher. E o exemplo da revolução cubana é muito bacana para pensar esses papeis.
    Angela Ribeiro Ferreira

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  4. Parabéns pelo trabalho e pelo texto, muito interessante.

    Enquanto lia fiquei lembrando de alguns debates sobre machismo nos movimentos de esquerda, marxistas, no campo progressista, enfim. Nisso lembrei que em 2018, quando Cuba elegeu a última Assembleia Nacional e 53% foi composta de mulheres, muito se falou sobre como a revolução estava encontrando mecanismos de se lidar com o machismo e com o racismo estrutural.

    Queria saber a opinião da professora, caso conheça esse debate, se considera que esse - digamos - "lugar comum" faz sentido, e se é visível um reflexo disso no campo historiográfico e/ou educacional cubano. Como ou quais as histórias das mulheres revolucionárias que a historiografia conhece atualmente e se essas histórias são contadas em Cuba (?)

    Obrigado pela atenção, parabéns novamente.
    - Igor Bitencourt Scarabelot

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